A imagem do sindicalismo no Brasil tem sido constantemente arranhada por dirigentes dessas entidades, que têm se entregado mais ao exercício de uma política partidária, do que propriamente defender a classe trabalhadora que representam.

Esse comportamento tem causado discordâncias na população sindicalizada, não raro levando a uma descrença generalizada sobre as atividades sindicais.

Já nos chamados sindicatos patronais, a história é outra e seus dirigentes, ao contrário da prática do proselitismo, procuram trabalhar para a categoria que representam, tornando melhor sempre que possível a compreensão da população e dos governantes, a respeito da importância das suas atividades empresarias.

Assim tem sido com os Sinapros espalhados pelo Brasil, com destaque para o de São Paulo, sempre o de maior importância tendo em vista a concentração em território paulista, da maior parte das verbas publicitárias nacionais.

Ainda muito recentemente, a diretoria atual do Sinapro posicionou-se de forma ativa e de viva voz contra a alteração nos cálculos do ISS sobre a remuneração das agências da propaganda, determinada pela municipalidade de São Paulo.

Esse é apenas um – por ser recente – dos muitos exemplos de atuação sindical patronal, que deveria servir de espelho para os sindicalistas das classes trabalhadoras, hoje mais voltadas para outros fins do que propriamente a defesa dos interesses do dia a dia da imensa maioria dos trabalhadores brasileiros.

A matéria de capa desta edição, aborda esse novo sindicalismo patronal, a partir do Sinapro/São Paulo, cuja diretoria tomou posse recentemente e já tem apresentado resultados satisfatórios para as suas empresas eleitoras.

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A atividade publicitária, juntamente com praticamente todos os segmentos econômicos que atuam no território brasileiro, têm sentido uma melhora gradativa nos seus negócios, desde o início deste ano.

A sensação é a de que, após três longos anos de crise econômica, aliada a uma crise política que disparou o seu início, o país respira mais aliviado, com os mercados voltando a atuar de forma plena em busca do atingimento das metas de cinco anos atrás, quando vivíamos dias melhores e de pleno emprego para todos.

Vamos torcer para que realmente deixemos para trás a busca de soluções heterodoxas de governo, que já provaram em países onde foram adotadas, trazer fome, desemprego e convulsão social.

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Sem saudosismo, mas apenas relembrando o caminho a seguir por uma publicação no naipe de Propaganda, transcrevemos trecho final do editorial da nossa edição do último trimestre de 1972: “É preciso dedicar atenção especial aos estudantes. É o que faremos (…) trazendo à páginas da nossa revista, artigos e matérias interessantes sobre mídia, atendimento, planejamento, pesquisa, não apenas sobre criação. Sabemos que praticamente cada aluno da escola de comunicação está dominado por uma ideia fixa: o bom é criar anúncios geniais, para ganhar salários astronômicos, para ser disputado por grandes agências. Contra tal distorção pretendemos lutar na revista. Claro que cada profissão tem o seu lado charmoso, e neste particular a propaganda é muito pródiga, mas propaganda não é só isso, evidentemente. Propaganda não é apenas figuração pirotécnica: é profissão séria que exige dedicação, trabalho, talento e cultura. Dentro desse espírito, aqui estaremos para ajudar na formação de bons profissionais”.