Mercado vai de vento em popa, segundo Dottori

O mercado náutico vai de vento em popa. A frase é de Marcio Dottori, diretor técnico do maior salão náutico da América Latina, o Rio Boat Show, cuja 15ª edição será realizada no Píer Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, entre 12 e 18 de abril.  A escolha do local vai ao encontro da ação da prefeitura da capital fluminense para revitalizar a região especialmente em função da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 – ao lado do píer estão sendo construídos o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio de Janeiro, que fazem parte do projeto Porto Maravilha.

Dentre os participantes do evento estão os estaleiros brasileiros de embarcações de luxo Intermarine e Schaefer Yacthse, a Tool & Toys e a YachtBrasil, ambas especializadas em comercialização de embarcações. A Regatta, empresa que possui uma rede de lojas náuticas espalhadas pelo país, também marca presença.

O mercado náutico vem crescendo muito nos últimos anos no Brasil e vendeu, em 2011, mais de 18.500 barcos, contabilizando um total que ultrapassou o patamar de US$ 800 milhões. Foram produzidas 680 mil embarcações, entre barcos de fibra, alumínio, infláveis e caiaques. Dottori, velejador e diretor técnico do Rio Boat Show, afirma que o mercado náutico vem crescendo em média, desde o ano de 2007, o dobro do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e que o mercado espera movimentar US$ 900 milhões em 2012. “Para se ter uma ideia, o Brasil é o país que mais compra barcos do grande estaleiro italiano Azimut no mundo”, diz Dottori.

O grupo italiano Azimut-Boatbuilding Benetti abriu um estaleiro de 200 mil m² em Santa Catarina em 2010 e fundou a Azimut Yachts do Brasil, empresa responsável por gerir a produção local de iates da marca Azimut. A nova infraestrutura do salão náutico localizada no Píer Mauá tem 45 mil m² e comporta em torno de 100 barcos na água. São 500 metros de cais e três grandes pavilhões climatizados para exposição das embarcações.

O critério de escolha dos participantes do Rio Boat Show depende da Acobar (Associação dos Construtores de Barcos Brasileiros). “Seguimos um ranking criado pela Acobar, onde os estaleiros fazem a seleção dos participantes por meio de uma ordem de escolha, mas tentamos não deixar ninguém de fora do evento”, conta Dottori. A expectativa de público no evento é de 40 mil pessoas e os organizadores esperam movimentar R$ 350 milhões em negócios, R$ 100 milhões a mais em relação à edição anterior, realizada no ano passado.

O evento trabalha em parceria com a agência The Coffee Shop e investe R$ 2,5 milhões em mídia anualmente. “Nossa publicidade é bem diversificada, além dos próprios veículos de comunicação do Grupo Um Editora – responsável pela publicação das revistas Náutica, Mergulho e Pesca Esportiva, temos parcerias com outras revistas do segmento de mercado de luxo. Além disso, usamos a mídia televisiva e outdoors na véspera do salão”, diz Dottori. Tanto o Rio Boat Show quanto o São Paulo Boat Show são organizados pela Boat Show Eventos, que pertence ao Grupo Um Editora.

Para Dottori, a tendência do mercado é tornar-se cada vez mais popular na medida em que se obtém financiamento nas compras de embarcações. Ele conta que a classe C já participa do mercado na compra de equipamentos como botes e caiaques, enquanto que a classe B já está participando ativamente do mercado. “Uma lancha para quatro pessoas equivale a um carro compacto de R$ 45 mil. Você pode comprar uma lancha completa e pronta para navegar com pagamento financiado, mas só agora isto está sendo divulgado, embora já existisse. Muita gente ainda pensa que uma pequena lancha equivale a um iate. Equivale ao preço de um carro compacto”, conclui Dottori.