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O segmento infantil ainda lidera o mercado de licenciamento no Brasil. De acordo com informações da Abral (Associação Brasileira de Licenciamento), 80% dos licenciamentos realizados hoje no país são provenientes da área destinada às crianças.

Marici Ferreira, presidente da Abral, explica o porquê: “É um mercado encantador, as crianças sempre desejam ter ao seu lado um brinquedo do seu personagem predileto”, afirma.

Um produto com um personagem conhecido no mundo das crianças tem o potencial de venda aumentado em até 20%. Mas a presidente da Associação Brasileira de Licenciamento alerta que ainda existe certa desconfiança da indústria em apostar num licenciamento.

“Boa parte da indústria tem receio de apostar no licenciamento, mas o que elas precisam entender é que um personagem estampando um caderno, por exemplo, é uma grande ferramenta de marketing”, garante Marici.

Ainda segundo a Abral, existem 600 licenças disponíveis hoje no mercado, sendo 75% estrangeiras. O setor de brinquedos é dono do segundo lugar entre os segmentos que mais utilizam a plataforma, e o Brasil está entre os seis países com maior faturamento em licenciamento.

Os números de faturamento giram acima dos R$ 10 bilhões há algum tempo, e no ano passado atingiram R$ 17 bilhões. Para este ano, a previsão é um aumento de 5%.

Atualmente, o “alvo” dos licenciamentos é o Show da Luna, uma série de TV, criada e dirigida por Célia Catunda e Kiko Mistrorigo, que conta a história de uma menina de seis anos que gosta de ciência. Outro bom exemplo de licenciamento é o Patati Patatá.

A marca, presente diariamente no canal Discovery Kids, possui um gride de produtos licenciados que vão, claro, de brinquedos, a alimentos, passando por itens de cama, mesa e banho. No total, existem mais 1.300 itens licenciados.

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Para Igor Faria, diretor-geral da Rinaldi Produções – empresa detentora da marca Patati Patatá –, a estratégia é acompanhar o desenvolvimento do consumidor de hoje. “As crianças estão cada vez mais conectadas e em busca de novidades. As marcas precisam investir em novos conteúdos, múltiplas plataformas, no desenvolvimento de produtos que atendam estas necessidades e ofereçam uma experiência completa a este consumidor”, diz. “Além disso, buscar a interação real através de shows, eventos em shoppings e ações sociais”, complementa.

Roberto Ruiz, sócio-diretor da MCD – empresa que atua na área de licenciamento e possui em seu portfólio o boneco do Fofão e a Palavra Cantada –, acredita que o licenciamento é oportunidade.

“Estamos há mais de 20 anos no mercado e consolidamos uma posição nas áreas de produção, distribuição e licenciamento de conteúdo musical e audiovisual. Para nós, o licenciamento surgiu como oportunidade de expandir a presença das nossas marcas em outros segmentos do mercado e gerar novas frentes de receita”, diz.

Em relação ao mercado brasileiro, Ruiz o classifica como competitivo. “Sabemos que é um mercado altamente competitivo, que no Brasil a pirataria cresce de forma alarmante, entretanto a dificuldade para a importação de produtos, graças à alta do dólar, representa uma oportunidade de crescimento para o mercado interno”, afirma.

Ainda de acordo com o executivo da MCD, a estratégia para um desempenho favorável no segmento de licenciamento é a exposição da marca atrelada ao desejo e reconhecimento do público. “A tecnologia contribuiu para aproximar marca e consumidor. Hoje as pessoas estão muito participativas, e isso torna mais exigente a forma de pensar em produtos e serviços. É essencial que haja sinergia entre os valores da marca com os produtos”, destaca.