O atual momento para a área de mídia é definido como desafiador e incrível, nas palavras de Viviana Maurman, head de mídia na Publicis Brasil. Para a profissional, não é possível perder um segundo do que tem acontecido no mundo porque tudo influencia rapidamente as mudanças – das quais os profissionais são parte ativa.

Com um presente que requer tanto de quem está no dia a dia do departamento, o futuro reserva mais mudanças. “Precisamos observar muito mais a jornada dos consumidores. Não podemos olhar apenas as métricas, mas se jogar mais no conteúdo. Os meios são diversos e, nessa transformação, precisamos estar não só de forma técnica, mas plugados com o conteúdo, próximos do planejamento estratégico e da criação. Além disso, o profissional precisa transitar bem em todas as áreas. Não ficar reativo, mas ser mais ativo”, defende.

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As fake news podem se comparar a materiais inflamáveis. Basta um foco para que as ‘chamas’ se espalhem rapidamente. No entanto, apesar de perigosas, essas notícias refletiram em um efeito positivo para a mídia impressa, intensificando a credibilidade e dando um fôlego ao meio. Outro ponto apontado pela executiva e que deve guiar boas discussões é que com grandes canais de TV aderindo ao Play, forma-se uma linha ainda mais tênue. “Isso é TV ou digital? Não interessa se você vai assistir à novela ao vivo ou on demand depois.”

A estrutura dos departamentos nas agências e como eles precisaram se renovar para se adequar às novas exigências da mídia, com o crescente uso de dados e tecnologia, também é um tópico a se prestar atenção.

Tanto que o olhar das agências está direcionado para um determinado tipo de profissional que, além de qualidades técnicas, precisa de um conjunto específico de características. A Publicis está com algumas mudanças que devem ser divulgadas em breve. O objetivo é ter o melhor de cada pessoa destacando suas expertises.

“Buscamos profissionais mais curiosos, criativos, que queiram integrar e somar com outras áreas. Eles precisam ter esse DNA de querer fazer algo novo. O futuro é um grande ponto de interrogação. Não conseguimos afirmar hoje os novos players que vão surgir. Se você não for aberto a tendência que o espaço seja reduzido”, diz Viviana.

No meio de todas essas transformações, o mantra é ter o conteúdo como rei e a premissa de contar boas histórias com relevância e sentido para os consumidores. Em paralelo, muitas agências continuam de olho na produtividade e no valor da mídia espontânea, trabalho tradicionalmente do PR.

Para ela, um dos principais pontos nesse cenário é estar antenado, olhar para o futuro e parar de viver “o passado”. “Comprar o que é mais barato perde cada vez mais o sentido. Só o número pelo número, pela rentabilidade que traz, também. É preciso olhar a qualidade da entrega. É a mistura dos elementos que traz melhores resultados. Morreu fazer a mídia antes de saber qual será o conteúdo, porque o meio só tem função de acordo com a mensagem a transmitir”, conclui.