A música é o elemento-chave para a concentração de tribos. E a franquia Tomorrowland, festival de música eletrônica criado pela SFX Entertainment, sabe disso. A segunda edição brasileira será realizada entre os dias 21 e 23 de abril no Parque Maeda, em Itu, no interior de São Paulo, com patrocínio master da Skol Beats, marca que integra o portfólio da Ambev, e do energético Fusion Energy Drink, do mesmo fabricante da cerveja. O acordo da empresa com os organizadores se estende até 2018. As redes sociais do evento agrupam 20 milhões de seguidores em todo o mundo e o share brasileiro desse volume é de 15%.

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São aguardadas 180 mil pessoas para se esbaldar com as atrações do line up como Alesso, Axwell & Ingrosso, Steve Angello, Dimitri Vegas & Like Mike, David Guetta e Armin van Buuren. Os ingressos comercializados são apenas uma fonte de monetização do evento, que tem como tema The Key to Happiness. Os patrocínios intermediários vêm em seguida: lojas instaladas no local, com 10 tendas para abrigar pontos de venda como ótica, supermercado, lanchonetes, moda, artigos de camping, acessórios etc. complementam as fontes de receitas. A Souza Cruz também vai ter um espaço para venda dos seus produtos.

O diretor de marketing e vendas, o executivo Maurício Soares, enfatiza que os direitos são outro vetor de monetização. Por exemplo, a Netflix remunerou a SFX para realizar o longa This was Tomorrow, com imagens capturadas nas edições do festival no Brasil, na Bélgica e nos Estados Unidos no ano passado. Os direitos de transmissão também entram na contabilidade. Este ano será o canal Multishow, da Globosat, que substitui a MTV.

O camping Dream Ville pode receber 20 mil pessoas, pelo menos é a expectativa de Soares. A organização promove, um dia antes de o evento começar, a festa The Gathering, um receptivo à massa que se hospeda no local. “É um conto de fadas para um público diferente, alegre, harmonioso e divertido. São pessoas que amam a música e fazem da música eletrônica um modo de vida. Essa especificidade pode ser bem aproveitada pelas marcas presentes já que se trata de um público bem targeteado”, explica Soares, lembrando que o Ibope fez a pesquisa Tribos Musicais em 2015, mostrando que o estilo reúne consumidores de alto padrão. O público gay, diz Soares, é essencial no composto do evento porque a cena clubber “não existiria sem essa tribo”.
“Eles conhecem os músicos, os repertórios. Dançam e cantam. Como consumidores, têm mais recursos para gastar. Mas, música eletrônica não é exclusiva de um público. Muita gente que gosta de gospel também tem na veia música eletrônica”.

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Soares destaca ainda que o Tomorrowland é uma complexidade de experiências de pessoas que amam a vida. “Este ano vamos ter seis palcos diferentes e uma parafernália de som e luz muito superior a 2015. Cada dia terá um anfitrião. Um deles é a Casa Anzu, de Itu. São esses espaços que amplificam a música eletrônica e formam a sua cultura para as novas gerações”, destaca o diretor da Tomorrowland Brasil, lembrando que o YouTube é o canal “em que bombam os trabalhos dos principais artistas do gênero”.