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A ESPM, por meio de seu Centro de Desenvolvimento Socioambiental, realizou nesta terça-feira, 18, o debate Eleições e o Desenvolvimento Sustentável. Cinco candidatos a deputado federal por São Paulo participaram da discussão: Carlos Bezerra Jr. (PSDB), Wellington Nogueira (Rede Sustentabilidade), Cláudio Andrade (PPL), Adriana Vasconcellos (PSOL), além de Thomas Enlazador, representante de Célio Turino (também do PSOL). O evento fez parte do projeto Diálogos CEDS, que mensalmente promove discussões ligadas à sustentabilidade, Terceiro Setor e aos negócios sociais.

Mediado pelo professor Ismael Rocha, diretor de Extensão Acadêmica da ESPM, o bate-papo começou com explanações de todos os candidatos sobre o tema. Para Bezerra Jr., sustentabilidade não é “modinha”. É uma questão de sobrevivência. Literalmente. O tucano exibiu exemplos de como processos de produção irregulares de algumas empresas podem matar pessoas cujas condições de trabalho sejam análogas à escravidão. Para ele, a indústria da moda precisa se atentar a isso, ou casos como da M. Officer, condenada por escravidão, podem se repetir.

“A cadeia produtiva precisa ser descortinada”, afirma ao dizer que, muitas vezes, o consumidor não conhece como é feito o produto de determinada empresa.

O discurso do tucano, em parte, dialoga com o de Wellington Nogueira. O candidato da Rede é fundador da organização Doutores da Alegria e afirma que um dos grandes problemas do Brasil é a questão do cidadão que passa despercebido e, muitas vezes, é quem mais precisa de ajuda, algo que ele presenciou quando ainda fazia parte do grupo que visita pacientes em hospitais públicos. “A invisibilidade é uma das questões mais cruciais que a política tem que tratar”, avalia.

Já para Adriana, a educação será a chave para que a sustentabilidade seja tratada como merece. “Tudo se resolve a partir da educação. A partir da educação eu vejo meus alunos tendo vida. Você passa a ter perspectivas que antes não tinha”, explica a candidata do PSOL. Seu colega de partido, Thomas Enlazador, é mais enfático sobre a defesa da sustentabilidade. “A gente realmente bate na bancada dos agrotóxicos”, afirma.

Cláudio Andrade, por sua vez, disse que é preciso avaliar o que é feito e envolver a população. O próprio candidato quer aplicar/adaptar critérios, leis, normas e acordos nacionais e internacionais para o desenvolvimento sustentável pleno e apresentar tudo para um conselho com pessoas da sociedade. “Que elas possam estar envolvidas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, diz se referindo ao famoso documento da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.

Ao PROPMARK, o professor Ismael Rocha também ressaltou que sustentabilidade não é mais uma onda, é uma realidade. “As empresas que não se preocuparem com o ambiente no qual elas estão inseridas não sobreviverão”, enfatiza. Para ele, se as grandes companhias não cuidarem do descarte dos produtos utilizados, com o tipo de matéria prima usada, com o tipo de impacto existente na produção de determinados produtos, fatalmente, irão desaparecer.