Os jornalistas Armando Ferrentini  (à esquerda), Cícero Silveira (à direita) e Elóy Simões (sentado), criadores da premiaçãoO Prêmio Colunistas, a mais tradicional premiação brasileira da comunicação, promovido pela Abracomp (Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda), está na sua 48ª edição. Em 2014, por exemplo, o concurso teve 2.166 inscrições. Foram analisadas um total de 3.330 peças de 243 agências de publicidade, promo e design brasileiras, de 968 clientes diferentes.

O Prêmio Colunistas é a mais antiga premiação de comunicação de marketing do Brasil. Foi criado quando Armando Ferrentini, Elóy Simões e Cícero Silveira, que escreviam colunas sobre publicidade na imprensa, decidiram desenvolver um prêmio com a visão dos jornalistas especializados para destacar os trabalhos mais criativos da produção publicitária nacional. O nome Colunistas vem justamente do fato de ter sido fundado por colunistas especializados no trade.

A Abracomp, entidade presidida por Ferrentini, tendo Marcio Ehrlich como vice-presidente-executivo e coordenador nacional da premiação, promove hoje oito etapas. Por ter abrangência nacional, o processo seletivo é dividido em regionais: Norte-Nordeste, Brasília, Centro-Leste,  Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A dinâmica é conceder medalhas de ouro, prata e bronze para os vencedores de cada região, sendo que as medalhas de ouro competem entre si na etapa nacional.

O primeiro julgamento aconteceu no fim de 1967, analisando exclusivamente trabalhos de publicidade inscritos por agências de São Paulo. A primeira festa aconteceu em janeiro de 1968. A partir de 1982, o Colunistas passou a julgar também a área de marketing promocional, o que depois foi transformado no Colunistas Promo. E, em 2009, foi criado o Colunistas Design. Naquele período, o Colunistas Propaganda premiava os melhores trabalhos em todas as mídias.

Para acompanhar as mudanças do mercado, em 2014 o regulamento foi reformulado. De acordo com Ehrlich, essa foi a mais radical mudança, adequando o formato da premiação à tendência internacional de segmentação.

A premiação foi desmembrada em 13 áreas, novas categorias foram criadas, o software de inscrição ficou mais fácil de usar, os critérios foram aperfeiçoados e foi trazido de volta o Colunistas Nova Geração, para estimular a revelação de talentos. Antes dividido em Propaganda, Promo e Design, o Colunistas, a partir de 2014, passou a ter as seguintes premiações: Mídias Integradas, Filme, Rádio, Mídia Impressa, Mídia Exterior, Digital, Técnica, Promo, Marketing Direto, Design, Mídia, Inovação e Nova Geração. “O mercado de premiação mudou no mundo todo. Hoje têm determinados termos que precisamos seguir para não ficar anacrônico”, diz Ehrlich. Um exemplo é que o antigo prêmio de Agência do Ano deixou de existir para ser substituído pelo título de Agência de Comunicação do Ano.

“Hoje as empresas de comunicação, que antigamente eram de propaganda, fazem diversas atividades, então não fazia sentido continuar chamando de propaganda. Para alcançar esse título, a empresa soma as pontuações das diversas áreas que há no Colunistas. Não fazia mais sentido ter uma área chamada propaganda. Ficou sem propósito. Hoje o Colunistas está num formato mais moderno. Tem premiações isoladas, com júris separados”, argumenta.

O júris são formados por jornalistas especializados em comunicação de marketing e por profissionais dos setores cobertos pelas premiações, o que permite uma avaliação multifacetada dos trabalhos concorrentes. Como o processo de inscrições é informatizado, os jurados podem ver, anteriormente ao julgamento presencial, os trabalhos concorrentes. Além disso, a informatização torna possível fazer júris mais especializados, com profissionais de cada área. O tema da campanha da edição deste ano da premiação brinca com a crise. Criada pela 11:21, o conceito diz “É na crise que você mostra que é melhor que os outros!”.

Premiação tem edições especiais

Ao longo dos seus 48 anos de existência, o Prêmio Colunistas também criou edições especiais para destacar os profissionais, as agências, os anunciantes e veículos de comunicação, por décadas. O primeiro foi em comemoração aos 20 anos da premiação, depois vieram os melhores da década de 1980 e 1990, seguidos dos 30 e 40 anos.
Com um júri formado por 20 profissionais, em 1987 o Prêmio Colunistas realizou uma premiação especial para a escolha dos melhores trabalhos do período 1967-1987. Os escolhidos foram selecionados entre trabalhos, profissionais e empresas já premiados anteriormente com Grande Prêmio ou medalha de ouro.

Quando o Colunistas completou 40 anos foi constituído um júri histórico,
formado por colunistas e ex-colunistas de propaganda e marketing, que escolheu 40 destaques da propaganda brasileira nas últimas quatro décadas. O julgamento foi realizado no dia 27 de setembro de 2008, na ESPM, em São Paulo. O júri fez a escolha a partir de um critério de seleção que levou em conta os trabalhos premiados com Grand Prix desde 1967 até 2007.

As Agências destacadas foram AlmapBBDO; DM9DDB; DPZ e W/Brasil. Os Publicitários foram Alex Periscinoto; Marcello Serpa; Nizan Guanaes e Washington Olivetto. Os Profissionais foram Christina Carvalho Pinto; Marcio Moreira; Mario D’Andrea e Octávio Florisbal. Já os veículos mais premiados foram Folha de S.Paulo; O Estado de S.Paulo; revista Veja e Rede Globo. Os Anunciantes foram Bradesco, Coca-Cola, Fiat e Volkswagen. As Campanhas memoráveis do período foram “Boko Moko”, da AlmapBBDO para Antarctica; “Entrevistador”, da Artplan para Caixa Econômica Federal; “Garoto Bom Bril”, da DPZ para Bombril, e “Não tem comparação”, da Talent para Brastemp.

Os Comerciais de maior destaque nos 40 anos foram “Festa no Bexiga” da Almap para Antarctica; “Geladeira”, também da AlmapBBDO para Danone; “O Primeiro sutiã”, da W/GGK para Valisière; e “Rever seus conceitos”, da Leo Burnett para Fiat. Os Fonogramas foram “Louco por Lee”, da McCann-Erickson para Lee; “Unindo o Brasil”, de Umuarama para Bamerindus; “Urashima Taro”, da Varig para Varig; e “Amigos”, da DM9DDB para Bavária.

Os anúncios que entraram para história foram “A pílula do homem”, da Lintas para Engov; “Lave e use”, da Almap para Volkswagen; “Catchup”, da DM9DDB para Parmalat, e “Série Havaianas”, da Almap para São Paulo Alpargatas. Em Mídia Exterior os destacados foram “Açúcar Neles”, da P.A.Nascimento para CCPA; “Chancy”, da DPZ para Chambourcy; “Favela”, da Leo Burnett para Instituto Akatu; e “Série Hope”, da Agnelo Pacheco para Hope.

Além dos 40 Tops, o júri conferiu um destaque especial ao empresário Mauro Salles por sua contribuição para a propaganda brasileira, através de sua atuação em diversas entidades de classe.