Oliva quer discutir legado de grandes eventos

A série com os presidentes das 13 comissões do V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação apresenta, nesta semana, as expectativas de José Victor Oliva, presidente da Holding Clube, que comandará “Grandes eventos – desafios e oportunidades”. O painel destacará a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, espetáculos esportivos que refletem a posição do país frente ao cenário global.

Entre os assuntos da pauta estão a discussão sobre a legislação para os grandes eventos e o legado que os jogos deixarão para o país. A comissão, porém, ainda recebe teses antes de fechar os temas, o que deve acontecer no intervalo de três semanas. “Nós estamos chamando as pessoas para a discussão. Peço que me enviem mensagens para que eu possa compor o nosso quadro da melhor forma possível”, pediu. E acrescentou: “Eu gostaria muito que as pessoas me abrissem os olhos para as questões regionais”. O chamado é uma tentativa de dar vazão a demandas locais e cobrir todo o mercado nacional, uma vez que a Copa do Mundo terá 12 cidades-sede.

De acordo com Oliva, na área de legislação, o interesse é pautar o que efetivamente pode ou não ser feito por empresas que não estão no pool de patrocinadores da CBF (Confederação Brasileira de Futrebol) e/ou da Fifa. “Acho que os anunciantes querem saber o que podem fazer, o que é vetado, como podem conseguir licenças ou ser subpatrocinadores nas cidades menores”. Já no quesito legado a comissão quer debater a partir de exemplos passados, como a Eurocopa 2004, em Portugal, e a Copa do Mundo em 2010, na África do Sul. “Precisamos analisar quais erros e acertos foram cometidos, para evitá-los aqui, ter um trabalho estruturado”, afirmou.

Para Oliva, o quadro atual de organização para os eventos é complicado. “É um cenário bastante preocupante. Um momento de dúvidas e acho que a indústria da comunicação também tem que se posicionar diante de tudo isso. Não dá para divulgar sem saber se teremos  infraestrutura, com aeroportos, hotéis para grandes eventos”.  Ele, no entanto, demonstrou otimismo com os potenciais legados pós 2016 e disse que, para isso, é necessário investimento massivo e planejamento. “Tenho confiança  de que dará muito certo”. Para o empresário, o Brasil sairá “melhor” e preparado para receber outros eventos de grande porte. “Não se pode pensar esses eventos como um ponto”, advertiu.

Para desenvolver os temas, Oliva convidou quatro delegados até o momento. Entre eles, Ronaldo Nazário, ex-jogador de futebol, sócio da 9ine e membro do COL (Comitê Organizador Local), para tratar da organização da Copa e também de comunicação. E ainda a portuguesa Madalena Torres, do Banco Espiríto Santo, abordando os resultados positivos e negativos da Eurocopa de 2004, no qual esteve na organização; e Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esportes,  para abordar potenciais licenciamentos que a rede irá fazer e as fan fests. Outro convidado com o qual a comissão está fazendo contato é um escritório de advocacia alemão, para a vinda de um especialista em legislação para grandes eventos.