Pode ganhar proporção no mercado brasileiro uma tecnologia lançada recentemente pela FX Retail Analytics, para monitorar e mensurar o fluxo de pessoas que passam por uma loja offline. Por meio de um aparelho multisensor, dotado de wi-fi, bluetooth, câmera e microfone que também consegue captar o mac address dos celulares, a tecnologia conta o número de consumidores que entraram na loja, quem passou na frente e voltou, dos que entraram quem comprou, quanto tempo eles ficaram no local, os horários mais ‘quentes’ de circulação e dá em tempo real a taxa de conversão para os lojistas.

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Um dos sócios da empresa, Walter Sabini Jr garante que o negócio é disruptivo. “Quando abri a empresa fiz imersão nesse mercado. O que existe hoje é o conceito de fluxo de loja. Há algumas empresas que fazem isso. Mas todo mundo trabalha com infravermelho e câmera 3D que faz apenas a contagem de pessoas. Isso é extremamente caro, não dá escala para a rede de lojas. Nós vamos além e oferecemos um produto com escala e acessível. Temos certeza que saímos na frente”, destaca ele.

A FX já tem como clientes grandes marcas como Hering, Marisa, Chilli Beans, Fototica, Multicoisas, Lacoste, Quiksilver, além de vários shoppings. “A partir da FX tivemos outra visão a respeito da nossa rede e ganhos potenciais em nossa gestão. Os dados sobre fluxo nos deram segurança para revisar nosso modelo de remuneração, agora com base em taxa de conversão e não mais apenas pela venda propriamente dita.  Outro ponto a destacar é o melhor dimensionamento da escala de pessoal, já que agora temos acesso aos dias e horas quentes com maior quantidade de clientes. Algumas lojas, por exemplo, estavam com o time subdimensionado aos domingos. Inclusive, aproveitamos para reavaliar o headcout de cada estabelecimento e redefinir os respectivos horários de funcionamento”, ressalta Thiago Hering. 

Outra vantagem da plataforma é poder medir o reflexo de uma campanha de mídia sobre o fluxo nas lojas. “Quanto às campanhas, através da plataforma conseguimos medir a eficácia das ações de mídia, performance da vitrine e de mesas de ativação por meio das taxas de conversão e atratividade. Ainda é possível entender os impactos na taxa de conversão mediante segmentações de público, características da loja ou outros agrupamentos”, conta o herdeiro da Hering.

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Vicente Rezende, ex-diretor de marketing da Cnova (unidade de comércio eletrônico do grupo francês Casino, responsável pelo grupo Pão de Açúcar no Brasil) e sócio na FX, enumera os ganhos da tecnologia proprietária. “É um ganho de eficiência sem precisar trazer mais gente para loja, com otimização de equipe. O lojista vai entender melhor o seu cliente, a frequência dele e a lealdade, depois disso pode integrar tudo num banco de dados comportamental. Dá agonia a falta de informação do varejo físico. No e-commerce, é possível medir tudo. Já no varejo físico era meio que dizer que não vendeu porque não choveu. Isso me chamava a atenção”, reforça.

Sabini Jr ressalta a necessidade de medir a eficiência do varejo em tempos de crise. “Com a crise, o lojista não sabe se é o fluxo que caiu, se a equipe vendeu menos. A partir de janeiro, também vamos passar a identificar o consumidor que entrar na loja”. Segundo o executivo, a FX também está incorporando a medição nos corredores dos shoppings. “Assim, os lojistas vão saber em quais pisos as pessoas circulam mais e quais corredores são mais ‘quentes’, por exemplo”.