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Na última terça-feira (18), a FDA (Food and Drugs Administration), agência que regulamenta alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, aprovou o flibanserin (nome comercial Addyi), que trata o transtorno de desejo sexual hipoativo em mulheres (TDSH). Conhecida como “viagra feminino”, a pílula é a primeira do mercado destinada a aumentar o libido da mulher.

As especulações em torno da aprovação do medicamento já aconteciam desde junho de 2015, quando uma equipe de especialistas pediu ao FDA que aprovasse o medicamento. Com atuação nos neurotransmissores do cérebro para tratar a falta do interesse sexual, a droga é uma agenda não hormonal, que pode produzir efeitos colaterais, como náuseas, sonolência, queda da pressão arterial e desmaios.

“A aprovação de hoje oferece às mulheres afetadas por seu baixo desejo sexual uma opção de tratamento aprovada”, declarou Janet Woodcock, diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa sobre drogas do FDA, em nota divulgada.

As propriedades da molécula da flibanserina foram descobertas acidentalmente durante testes para remédios antidepressivos. O mesmo já havia acontecido com o Viagra masculino, desenvolvido inicialmente para combater a hipertensão.

O laboratório Sprout Pharmaceuticals foi quem desenvolveu a pípula, que já havia sido rejeitada pela FDA duas vezes. O laboratório pagou parte dos custos de entidades que participaram do lobby, como Nacional Council of Women’s Organizations, Black Women’s Health Imperative, Association of Reproductive Health Professionals e National Consumers League.  

“É a maior inovação para a vida sexual feminina desde a pílula anticoncepcional”, afirmou Sally Greenberg, diretora da National Consumers League.  

 A FDA, na época, alegou que os resultados do remédio eram muito modestos em comparação aos efeitos do grupo que tomou placebo. A dificuldade da ciência em encontrar um medicamento está na complexidade da sexualidade feminina, pois o desejo das mulheres dependem de elementos que não são apenas sexuais, como humor, estresse cotidiano, bem-estar, confiança e atração pelo parceiro.

Além disso, existem diferenças entre o Addyi e o Viagra. Ao contrário do medicamento masculino, que age localmente para o aumento do fluxo sanguíneo para o pênis, o feminino tem efeito positivo em, pelo menos, quatro semanas. O auge só acontece depois de dois meses de tratamento, ao contrário do Viagra que tem soluções imediatas.

Por conta das preocupações em relação ao uso inadequado do medicamento, a farmacêutica se comprometeu em não fazer anúncios publicitários na TV e no rádio 18 meses após aprovação.