Conexão com o consumidor é mais importante que sua idade
Luiz Fernando Musa, CEO do Grupo Ogilvy no Brasil, Vanessa Brandão, diretora de marketing da Heineken Brasil, e Priscila Stoliar, head de marketing do SBT
O comportamento do consumidor e com o que ele se conecta são muito mais importantes que dados demográficos. Foi o que mostrou o debate “Diversidade de gerações”, que reuniu Luiz Fernando Musa, CEO do Grupo Ogilvy no Brasil, Vanessa Brandão, diretora de marketing da Heineken Brasil, e Priscila Stoliar, head de marketing do SBT, no Fórum de Marketing Empresarial neste sábado (25).
Armando Ferrentini, presidente da Editora Referência, abriu a tarde destacando a densidade dos tema e fez votos para os participantes. “Este tema é extremamente atual e da maior importância para nós que fazemos comunicação. Espero que todos saiamos melhores do que entramos”, disse. Marcos Quintela, presidente do Grupo Newcomm e do Lide Comunicação, chamou atenção para o foco no negócio. “Vamos fazer um papo quente que possa nos dar resultado”, declarou.
Empatia e zona de conforto
Musa usou o exemplo da calça jeans, como um item que fala e representa uma série de movimentos, estilos e gerações, para falar de empatia, item vital para falar sobre diversidade de gerações. “Quando falamos qualquer coisa, temos que ser empáticos com o outro, com o que ele acredita. Esse é o grande desafio. Será que estamos sendo empáticos? Ou será que não estamos usando a nossa referência?”, provocou.
O publicitário destacou o case do Magazine Luiza, a partir da personagem Lu que entra em diferentes conversas para fazer parte de diversas realidades. A Lu entrou no Tinder, fez ações por causas como Outubro Rosa, Novembro Azul, além de celebrar o Dia da Mulher e do Orgulho Gay. “O fato de a gente entender como o outro está reagindo é fundamental. Faço um convite para sermos empáticos, ousarmos e até errarmos se for o caso. Ser mais calça jeans e menos cagador de regra. Temos que falar o que a gente acredita, sim, mas se conectando com a realidade do outro. Só assim vamos estabelecer um diálogo”, afirma.
Fernando Musa: “Ser mais calça jeans e menos cagador de regra”
Priscila, do SBT, levantou a comunicação com a geração Z, que definiu como a “do conteúdo em todo lugar”. Ela afirmou que a TV continua sendo a grande banda larga do Brasil, alcançando 97% da população, mas ainda assim o SBT decidiu sair da sua zona conforto para se abrir a novas plataformas. “São esses jovens que vão ditar o consumo das próximas décadas. Eles já nasceram influenciadores, não sabem o que é on e off, consomem de forma diferente, de modo mais ético, inclusivo, singular e compartilhado. Além disso, eles são os que mais consomem TV e internet simultaneamente, e serão dois terços da população no mundo até 2022. Entendemos que não somos só um canal de mídia, somos um produtor de conteúdo”, contou.
Priscila Stoliar, do SBT: “Entendemos que não somos um canal de mídia, mas um produtor de conteúdo”
Já Vanessa revelou que a Heineken não olha para as gerações de forma nichada, mas com foco no consumidor, seja ele quem for. Ela apresentou ainda alguns dados como os de que 90% das pessoas que consomem determinada marca não são leais a ela e 30% dos consumidores abandonam as marcas ano a ano. “Qualquer pessoa que esteja disposto a comprar nosso produto é nosso consumidor. Por isso não importa as definições demográficas, mas como ele se relaciona, o que acredita e com o que o coração dele se conecta”, afirma.
Para lidar com esse novo mundo, ela aponta a necessidade das marcas terem um mindset desafiador, assumir riscos e fazer escolhas conscientemente. “Be bold or go home”, comentou, usando exemplo da cervejaria.
Vanessa Brandão: “Qualquer pessoa que esteja disposto a comprar nosso produto é nosso consumidor”
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