O Tangerina apresentou o seu time em uma thread na rede social

O Notícias da TV lançou a Tangerina, uma plataforma de conteúdo voltada para a cultura pop, mas o lançamento tem gerado até aqui críticas nas redes sociais pela falta de diversidade na equipe.  

Na última terça-feira (1º), o novo site apresentou o seu time em uma thread no Twitter, que é composto por: Daniel Casto (ex-colunista de televisão da Folha de S. Paulo), Natalia Engler (ex-Folha de S.Paulo, UOL e Omelete), Diego Assis (ex-Folha de S.Paulo, G1, UOL e Omelete), Bruno Silva (ex-Omelete, Nerdbunker, Metrópoles e Correio Braziliense), Gabi Franco (ex-HBO, MTV, Folha e Globo), Luccas Oliveira (ex-jornal O Globo), Jeje Pinheiro (ex-IGN Brasil, Loading TV e The Enemy), Nicolle Cabral (ex-Rolling Stone, Revista Noize e Monkeybuzz), Rafael Argemon (ex-Estadão, R7, UOL, Time Out e Huffpost), Victor Cierro (ex-Notícias da TV) e Bruna Nobrega (ex-Capricho, Hugo Gloss e da Loading TV).

“A Tangerina chega para facilitar a vida das pessoas que estão em busca de conteúdo de qualidade. Pretendemos entregar experiências cada vez mais personalizadas para o público”, afirmou Daniel Castro.

Entretanto, assim que o tweet foi pro ar, internautas questionaram o fato de não haver negros na equipe.  

De acordo com dados do censo do IBGE de 2010, pretos e padros atingem 50,94% da população brasileira e, por projeção consolidadas na PNAD/IBGE de 2019, a população negra atingiu a marca de 56,20% do Brasil.

Essa porcentagem não é refletida nas redações jornalísticas do país. Segundo a Pesquisa Racial da Imprensa publicada em novembro de 2021, apenas 20,10% dos jornalistas de redação de autodeclaram pretos ou pardos, negros, 2,10% de autodeclaram amarelos e 0,20% indígenas, contra 77,6% que se autodeclaram brancos.

Na nota de lançamento da plataforma, Natalia Engler, que assumiu o cargo de editora-chefe da Tangerina, afirmou que os editores, repórteres e críticos foram "selecionados a dedo".  "São profissionais experientes, que consomem e respiram cultura pop todo dia, há anos, e que vão ajudar a filtrar esse mar de conteúdos para os nossos leitores e leitoras”, afirmou Natalia.

Procurada pelo PROPMARK, a Tangerina afirmou que "está atenta às críticas" e que espera poder anunciar medidas que demonstrem o comprometimento da plataforma com a causa – leia o pronunciamento na íntegra:

"A Tangerina esclarece que está atenta às críticas que recebeu sobre a ausência de pessoas negras em sua equipe. Reconhecemos que a diversidade de experiências, origens e visões de mundo é fundamental para compreender não só a cultura pop, mas o mundo em que vivemos. Estamos comprometidos com essa visão em nossos processos de seleção de jornalistas e colaboradores e na elaboração de conteúdos que reflitam a diversidade em nossos quadros —não só em termos de raça e etnia, mas de gênero, sexualidade, classe, capacidade e outros tantos marcadores que historicamente excluem grupos da comunicação. Esperamos poder anunciar em breve medidas concretas que demonstrem o comprometimento da Tangerina com esses valores, que são de suma importância para nós.

Tangerina"