Influenciador e empresário contou como é o relacionamento com as marcas e como foi a sua entrada no Metaverso

Lucas Rangel tem 25 anos e um império aos seus pés. Considerado um dos “dinossauros da internet”, o influenciador começou sua carreira na internet no aplicativo Vine, em 2013 e, desde então, se manteve no topo quando o assunto é engajamento e visibilidade.

Ao longo de sua trajetória, o influenciador estampou as mais diversas campanhas publicitárias, como Coca-Cola, Next, Americanas, Sadia e muitas outras.

Atualmente, Rangel ultrapassou as barreiras da internet e se tornou empresário, com direito inclusive a um prédio em processo de construção para o seu escritório, LR Contents, além de ter entrado de cabeça no Metaverso com o seu avatar, o Luks.

Ao PROPMARK, ele conta como começou sua vida na internet, o relacionamento com as marcas, a transição entre as redes e a virada de chave de influenciador para empresário.

Você é um dos primeiros influenciadores digitais que surgiu no Brasil. O que mudou ao longo desses anos de carreira?
Bom, eu acho que o que mudou ao longo desses anos no contexto geral da internet é a quantidade de pessoas que estão produzindo conteúdo. Então, o mercado, a profissão cresceram muito e ao mesmo tempo também, eu acho que o hate cresceu. Consequentemente, as pessoas são mais críticas. As pessoas gostam de, às vezes, dar opinião que ninguém pediu e, enfim, é uma profissão que a gente vai estar sempre aberto a isso. Mas, de forma geral, acredito que mudou muito isso no mercado. A quantidade de pessoas consumindo e criando também.

Quando e qual foi a primeira campanha publicitária que você fez?
A primeira campanha publicitária que eu fiz foi em 2014, na época da Copa, o Vine ainda existia. Foi uma campanha que eu fiz em um painel na rede social e foi para uma marca de refrigerante.

O que você leva em consideração na hora de começar uma parceria ou fazer uma publicidade com alguma marca/empresa?
Olha, eu acho que o essencial e crucial é você ter uma conexão com o que você está divulgando. Eu acho que é essencial ser um consumidor do produto que você está divulgando e influenciando outras pessoas a utilizarem, comprarem e etc. Eu já vi vários casos que a pessoa não consome o que está tentando empurrar e eu acho isso um absurdo. Porque se você mesmo não acredita naquilo que está divulgando, como as outras pessoas vão acreditar?!

Como as marcas chegam em você? Há alguma agência ou plataforma que faça a sua ponte com as marcas? Como é esse trabalho?
As marcas chegam em mim através de diversas formas, muitas por e-mail, e muitas direto pela minha agência, a LR Contents, que cuida de outros influenciadores também. Então, muitas vezes as marcas chegam através da minha própria agência, seja ligando direto para o meu empresário, ligando direto na LR ou por e-mail.

Você participa da criação da campanha? Roteiro, produção, etc.
Sim, eu participo 100%. Sou a pessoa que adora dar pitaco, sou muito perfeccionista e toda vez que eu pego um job, seja de fazer um reels ou uma campanha inteira com stories, reels, vídeo no canal e etc, eu me envolvo em cada etapa porque eu acredito que se você é um criador, você tem que se envolver na hora de produzir um conteúdo publicitário. Até porque ninguém melhor que você vai saber como construir isso de uma forma orgânica por seu próprio público.

Tem alguma marca que você gostaria de fazer campanha? Se sim, qual?
Deixa eu pensar... Eu não sei, sabia? Acredito assim, sei lá, Balenciaga, que eu sou muito fã. Ou talvez a Apple, que é uma marca que eu admiro muito no mercado publicitário. As outras acredito que eu já tenha feito tudo, rs.

De todos os trabalhos publicitários que você já fez, quais você mais gostou?
Olha, eu tenho vários trabalhos que ficaram marcados na minha carreira. Alguns deles foram com a Disney, em oportunidades que eu tive de ir na Pixar, conhecer, como se produz uma animação, assistir trechos de filmes antes de lançar. A convite da Coca-Cola, fui na Premiere de Avengers Endgame quando lançou, conheci os atores, vi de perto, inclusive, a Miley Cyrus também estava e eu tirei foto com ela. Então são experiências assim que o dinheiro não compra mesmo e que o trabalho permite você viver.

Cada vez mais, surgem novas redes sociais. Qual a importância de se adaptar a elas? Como você faz isso?
Eu acho que o mais desafiador e essencial do trabalho do criador e influenciador é a adaptação, porque a internet é um meio muito rápido. Eu acho que é uma coisa que as pessoas não podem nem pensar 'será que eu crio um TikTok?', como acredito que as pessoas há dois anos devem ter ficado se perguntando. E aí, corta para o que estamos vivendo, onde o TikTok reina e quem não se adaptou a essa rede ficou para trás.

Eu faço isso de forma orgânica, porque, como eu gosto muito do meu trabalho, isso nem exige tanto esforço, sabe? Eu gosto de me adaptar. Eu gosto de conhecer novas coisas, testar novas coisas, criar conteúdo diferente. E isso faz parte já da minha essência na internet.

Além de influenciador, você também se tornou um grande empresário. Como isso aconteceu? Em que momento da sua carreira você decidiu tomar mais esse passo?
Aconteceu de forma orgânica, foi um processo natural. Não teve um momento, eu acho, que eu decidi tomar esse passo. A partir do momento em que eu criei minha empresa e ela foi evoluindo e a gente foi agenciando novas pessoas, cuidando de campanhas de marca, eu me encontrei muito naquilo e me tornei o Lucas Rangel, empresário, criador, artista, tudo ao mesmo tempo.

Como você se enxerga como marca?
Eu me enxergo não só como marca, mas como empresa. Então, atualmente, eu visto muito a camisa, ainda mais agora que a gente construiu o prédio sede, iremos expandir no mercado. Hoje, eu me imagino não só Lucas Rangel, mas como LR Contents também. Eu sempre me imaginei como uma marca e não como uma personalidade. Então, eu sou também uma marca não só utilizado por marcas, mas também uma marca.

Qual seria a melhor definição da marca Lucas Rangel?
Bom, acredito que uma marca sólida por conta de eu estar há quase dez anos no mercado e continuar criando, crescendo, reinventando. Eu acredito que é uma marca inovadora, que está sempre atenta à inovação, estando em lugares que ainda ninguém está e explorar campos que não foram explorados ainda. Uma marca divertida, eu gosto de estar ligado à palavra diversão, porque é isso que eu espero que as pessoas encontrem na maioria dos meus conteúdos, entretenimento de forma geral.

Você entrou de cabeça no metaverso com o Luks. Por que e como você decidiu que estava na hora de investir nisso?
Eu estava acompanhando e vi que era uma tendência global. Estudei sobre lotes no metaverso, sobre avatar, sobre o próprio metaverso e assim vai. A partir daí, eu quis entender qual modelo seria o ideal para trazer essa tendência para o Brasil. O metaverso para mim é a internet, só que a internet imersiva, a internet que a gente vai conseguir entrar dentro e não só acessar. Eu queria inovar, queria trazer algo novo e falei 'gente, acho que a hora certa da gente apostar nisso'.

Você acredita que o metaverso possa ser um modelo de Economia Criativa viável?
Como está na fase do surgimento, ainda é um modelo que existe um custo muito alto, mas acredito que dentro de um ano, dois anos, isso vai ser muito democratizado, onde as pessoas vão ter plataformas para poder criar seus próprios avatares, utilizar eles em lugares, acessar lugares com eles de uma forma que vai ser muito mais viável do que é atualmente. Então, assim como um dia acessar a internet, ter internet em casa, ter um computador era algo muito inacessível. Da mesma forma, acredito que o metaverso aos poucos vai se tornar acessível para todos.