Realizado pela Globo, estudo fez a análise de 24 atributos atitudinais a fim de oferecer insights para a construção de narrativas

O Brasil presenciou uma explosão no número de investidores ao longo dos últimos anos, movimento puxado pela queda da taxa de juros que chegou em 2% em meados de 2020 e pelo democratização das informações. Segundo dados da B3, houve crescimento de 514%, saltando de 700 mil em 2018 para 4,3 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano.

Hoje, essas pessoas formam um contingente populacional que se enquadra em seis perfis, de acordo com a pesquisa “Investimentos 2022”, com 1000 entrevistados entre os dias 11 e 18 de abril deste ano. Realizado pela Globo, o estudo fez a análise de 24 atributos atitudinais e busca oferecer insights para a construção de narrativas e relacionamento das marcas.

Entre os atributos mais valorizados ao escolher uma empresa de investimentos, estão experiência e interação. Menor burocracia é importante para 35%; menores taxas para 33%, mesmo percentual que anseia por boas experiências nas plataformas e aplicativos. Na sequência, estão facilidade de uso e acesso aos canais digitais,  32%, e segurança, 29%.

Para construir relevância e de relacionamento, as marcas precisam mostrar que valorizam esses clientes. 84% deles, por exemplo, consideram que ser tratado como uma pessoa e não como um número é muito importante; 80% estão dispostos a compartilhar dados em troca de serviços personalizados. A atenção individualizada é importante ou muito importante para ingressar em um banco para 71% dos entrevistados e 33% declararam que saem de instituições quando sentem falta de personalização.

Eduardo Petribu: criação de conteúdo para criar conexão (Divulgação)

"Ao compreender quais atributos são levados em consideração pelos consumidores na hora de escolher um parceiro de investimento, as marcas conseguem traçar estratégias de comunicação mais eficientes, capazes de converter campanhas e ações em negócios", afirma Eduardo Petribu, diretor comercial para os setores Financeiro e Automotivo da Globo.

Um caminho para criar conexão, segundo o executivo, é com a criação de conteúdos, logo que apenas 11% dos entrevistados se consideram investidores experientes.  78% afirmaram que gostariam de ter informações didáticas sobre como e onde investir; 75% de contarem com ambientes digitais mais interativos, com dicas, vídeos e informações de especialistas; e 73% se mostraram bastante interessados em conteúdos de educação financeira. Além disso, 70% querem participar de eventos sobre investimentos.

Perfis dos investidores
A pesquisa identificou que 39% dos investidores adotam o perfil "planejado", com metas para a aposentadoria, reserva de parte da renda para investimentos e buscam por produtos financeiros acima da média, como o Tesouro Direto; 19% são tidos como "comedidos",  que preferem não correr riscos,  julgam fundamental contar com assessor ou gerente para auxiliá-los e optam por estratégia como poupança e títulos privados.

Há também os "sem recursos",  12%, que apresentam maior dificuldade em poupar, mas têm interesse em mudar a situação financeira e são favoráveis a ajuda das instituições por que dizem entender pouco sobre investimentos; e os "distantes", 10%, que se acham experientes financeiramente, desconfiam da compreensão das instituições sobre as suas necessidades, investem como forma de economizar e buscam ativos como títulos de capitalização e cripto.  

E ainda os "destemidos", 11%, que tomam decisões por conta própria, investem em Ações, Flls e Cripto e usam as redes sociais para atualizações; e os "atrevidos", 9%, que têm menor preocupação financeira, sem medo de arriscar e têm interesse em experimentar e estar à frente das inovações com carteiras construídas por ações, Flls e cripto.