Nova planta da empresa vai permitir que ela produza categorias de panificação doce, como bolos e panetone, que, até então, era feito por outras empresas

A empresa Wickbold, conhecida pela marca homônima e a Seven Boys, adquirida em 2015, pretende se posicionar cada vez mais como uma empresa de alimentos, e não só de panificação. É neste contexto que adquiriu no fim do ano passado uma fábrica em Guarapuava, no Paraná, que recebeu o nome de Basteck, homenagem à uma das matriarcas da família.

A operação, anunciada nesta quinta-feira (28), conta com investimentos de R$ 80 milhões, contabilizando os valores desembolsados na compra e os recursos que serão aplicados para os próximos três anos. A planta vai permitir que a empresa produza categorias de panificação doce, como bolo família, bolo mono porções e própria linha de panetones, antes feitos por parceiros.

“Com a aquisição, começamos a fabricar dentro de casa, sempre com a nossa diferenciação em qualidade”, afirma Pedro Wickbold, diretor-geral desde 2020 e representante da quarta geração familiar da companhia. Outra novidade é o lançamento pães de mel e brownies no mercado, que entram pela primeira vez no portfolio da empresa de 84 anos.  

Segundo dados apresentados pelo executivo, a unidade possibilita a produção de 50 toneladas de alimentos por dia. No caso do panetones, categoria em que a empresa terá 12 itens entre as duas marcas, o volume é 14 milhões de unidades por ano. “São lançamentos que nos colocam em outro patamar na indústria alimentícia”, afirma Wickbold.

No primeiro semestre, a fábrica foi responsável por 5,3% da receita líquida, percentual que Wickbold prevê aumentar ao longo do tempo, a partir de novos processos de compra, maior poder de negociação e penetração nas novas categorias.

Deve ajudar também a companhia a entregar o faturamento projetado para 2022, de R$ 1,6 bilhão, com um crescimento de 20% em relação ao exercício anterior, mesmo diante de um cenário adverso, com inflação em alta e preço do trigo impactado pela guerra na Ucrânia.

Segundo Wickbold, o resultado é fruto de uma soma de fatores, como o residual do aumento de consumo de pães industrializados na pandemia, repasses de parte da alta de preço aos consumidores e também ganhos em eficiência na produção e operação.

“As margens se achataram, mas estamos indo razoavelmente bem neste ano. Temos feito um movimento importante de produtividade, logo que nunca conseguimos repassar tudo”, explicou.

Além da compra da unidade de Guarapava, o executivo deixou claro que a companhia pretende fazer novos movimentos e está observando outros segmentos dentro da indústria de alimentos que apresentem sinergia. “Como mensagem, estamos olhando com apetite o mercado”, afirmou.