O universo digital está cada vez mais presente no panorama do mercado publicitário, não se tratando mais de uma tendência, mas, sim, de uma realidade na sociedade e no interior das empresas, que necessita de apoio e entendimento profundo para a aplicação do seu uso no setor do agronegócio.

Essa visão é sustentada pelo relatório global da Dentsu Ad Spend, publicado em janeiro, que combina dados de mais de 50 mercados em todo o mundo, estimando-se que os investimentos em publicidade digital devem atingir a marca de 55,5% (US$ 408 bilhões), um crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior e, pela primeira vez, duas vezes maior do que os investimentos esperados de publicidade na televisão, que correspondem a 26,9%. No Brasil, a expectativa é de um crescimento de 5% em 2022.

Do outro lado da mesa, 491 empresas brasileiras, que juntas somaram uma receita líquida de cerca de R$ 2,9 trilhões em 2021, cifra correspondente a 35% do PIB nacional, participaram da Agenda 2022 realizada pela Deloitte, o mais abrangente levantamento realizado no Brasil sobre as prioridades e expectativas empresariais para o ambiente de negócios. Em se tratando especialmente do agronegócio, que segundo o relatório corresponde a 9% das empresas participantes, esse segmento soma ainda ao seu radar de atenção o atendimento ao ESG (Environmental, Social and Governance), voltado para medir práticas ambientais, sociais e de governança.

Embora o agronegócio esteja cada vez mais digitalizado, ultrapassando as esferas dos maquinários e insumos modernos, evoluindo para um ambiente mais preparado a compreender e atender novas demandas, reunindo diversas tecnologias como big data, inteligência artificial e automatizações, existe ainda um padrão que necessita ser urgentemente revisado:  o fato de que boa parte das empresas do setor mantém uma gestão “caseira” quando o assunto é marketing digital.

Isso ocorre tanto pelo conceito de redução de custos quanto pela miopia de considerar que qualquer pessoa com o mínimo de habilidade para manusear um smartphone seja capaz de cumprir o papel de comunicador. Uma forma de atender às expectativas do mercado, acompanhar as tendências digitais e fazer esta transição do caseiro para o profissional seria acionar alguns canais importantes neste universo. São eles:

Vídeos
O audiovisual ocupa cada vez mais o ambiente digital e conquista a simpatia do mercado. A rotina do homem do campo, as experiências realizadas com tecnologia aplicada, a produção agropecuária ou até mesmo as expectativas comerciais podem ser assuntos relevantes de acordo com o público-alvo que se deseja alcançar.

Podcast
Não é de hoje que a transmissão da voz permeia a conexão com o público. Segundo a Juniper Research, consultoria que faz importantes pesquisas de mercado e business intelligence, até 2023 é esperado 19,4 bilhões de transações por voz, incluindo assistentes virtuais e canais de conteúdo.

Influenciador
Mais do que investir em influenciadores, é importante criar mercados, gerar oportunidades e se tornar um influenciador num ambiente carente de porta-vozes quando o assunto é marketing no agronegócio. É possível criar um perfil relevante, que apresente profundidade de informações e revele autoridade nos assuntos.

Social
Diante de tantas expectativas e preocupações frente ao ESG, se destacará quem reconhecer a oportunidade de tomar a linha de frente no que se refere à comunicação social e responsabilidade ambiental, trazendo um rosto para o agronegócio e mais humanidade para esse segmento.

LinkedIn
Não tão popular, porém mais relevante em alguns casos, o LinkedIn é a rede social com maior alcance orgânico e pode ser um portal importante para a comunicação com o mercado, por meio de artigos que podem envolver tanto o autor quanto marcas que o mesmo representa.

Marcio Duarte é especialista em marketing e diretor da MD COM & MKT marcio.duarte@mdcommkt.com.br