E lá vamos nós, mais uma vez, renovar esperanças pelo fim – ou pelo menos um decréscimo significativo – da famigerada pandemia. A tendência observada na Europa e, agora, no Brasil, de uma queda consistente nos casos de Covid-19, nos faz vislumbrar, finalmente, um ambiente de normalidade para alguns setores. Um dos mais impactados é o de eventos.

Há dois anos todos anseiam por uma retomada que já surgiu algumas vezes, mas foi frustrada pelo recrudescimento da pandemia ou pelo excesso de atenção e consequente limitação por parte de governantes.

Não se trata de negar a importância de controle e prevenção, mas o setor de eventos foi duramente castigado, mesmo quando outros setores já haviam obtido liberação para atuação plena.

É incompreensível a manutenção de limitação para eventos quando comércio, transporte e outras atividades já estavam totalmente liberados. Repito, não se trata de negacionismo ou de descaso com a prevenção, mas o que justifica shoppings, supermercados, repartições públicas e demais serviços estarem totalmente liberados e os eventos ainda com limitações?

Vale a pena reiterar a capacidade dos organizadores de eventos em controlar acesso e zelar pelos protocolos durante a realização de suas atividades. A maior parte de eventos prevê sistema de controle de público (ingressos/inscrições/credenciamento), podendo checar o público com eficiência.

Também já está incorporada ao setor a adoção de protocolos, mesmo antes da pandemia. Algumas feiras e eventos corporativos e outros de menor porte têm sido realizados e isso é alvissareiro, mas é preciso nos mantermos alertas às possíveis limitações exageradas.

É preciso ainda uma mobilização em torno daqueles que viabilizam os eventos com seus recursos: os clientes e o público pagante. Mesmo com a liberação parcial, diversas empresas preferiram não correr riscos e adiaram seus eventos. É preciso convencê-los de que é seguro realizar eventos numa condição de pandemia sob controle. Temos organizadores de eventos do mais alto nível no Brasil e a pandemia provocou um fenômeno de depuração, afastando os curiosos e mantendo apenas aqueles com expertise e estrutura para realizar eventos com total segurança.

Além do lado presencial, esses organizadores absorveram, em tempo recorde, técnicas e ferramentas de eventos virtuais ou híbridos, levando-os a outro patamar de complexidade e profissionalismo.

Nesse retorno de atividades, a nossa esperança é de um devido reconhecimento da capacidade dos bons organizadores e do respeito pela sua atividade e conhecimento. Esse reconhecimento e respeito passam obrigatoriamente por um tratamento mais digno e sustentável por parte dos contratantes.

Temos esperanças renovadas por uma onda de empatia e de entendimento da importância da adoção de práticas sustentáveis para todos os players do setor. Nossa esperança é também pelo incentivo e suporte governamental para que esse setor se desenvolva de forma mais pujante, cumprindo o seu papel de movimentar a economia e gerar empregos.

A esperança de ver os eventos melhorarem a vida das pessoas, proporcionando entretenimento, conhecimento, vendas, engajamento, convivência e outras tantas funções próprias da atividade em suas muitas vertentes.

Que venham os eventos corporativos, esportivos, musicais, culturais, educacionais, comemorativos, festivos, temáticos, expositivos, de vendas, de congraçamento, de incentivo. Que voltem a ocupar seus espaços e gerem movimentação em todo o amplo ecossistema, ativando suas múltiplas atividades.

Hotéis, agências, sistemas de transporte, espaços, serviços especializados, cenografia, som e luz, streaming, plataformas virtuais, serviços digitais, credenciamento, recepção, segurança, atrações, brindes, alimentos e bebidas: são muitos os que têm esperança de ter sua atividade retomada com plenitude.

Que essa esperança se concretize!

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) alexis@ampro.com.br