Se você ainda não conhece ou ouviu falar do Hack Town, é bom procurar saber sobre esse festival de inovação e criatividade, para colocar em sua programação de 2024.

O encontro em si já se destaca por sair do eixo Rio-São Paulo, acontecendo na pequena cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, um município prioritariamente universitário, cuja região e suas adjacências vêm se destacando na área de engenharia, tecnologia e inovação.

Como efeito colateral, a escolha do local já fez dele plural, unindo todas as comunidades: estudantes, publicitários, marqueteiros, sonhadores com novas startups, evangelistas de inovação, professores, comunidade local, instrutores de ioga e até sanfoneiros que tocam Led Zeppelin.

De fato, foi muito diverso o público que frequentou o Hack Town, o que tornou as discussões muito mais ricas, pois saímos da bolha dos eventos mais tradicionais, que uniram, de forma majoritária, a comunidade de agências, marketing, tecnologia e inovação, ganhando uma amplitude de ideias muito maior, visto que promoveu discussões com um público tão diverso.

As 800 palestras, que se dividiram em vários pontos da cidade, cobriram os mais diversos temas, como comunicação não agressiva, importância da cannabis, estudos da economia da diversidade, oportunidades de negócios nas favelas, ambidestria organizacional e, claro, inovação e inteligência artificial, entre outros tão importantes e ricos.

A apresentação do case de Hellmann’s – “Unidos pela Comida” – mostrou como as marcas podem ser catalisadoras de mudanças positivas dentro do seu ecossistema.

O projeto, segundo a marca, garante que alimentos que seriam desperdiçados na cadeia produtiva do país sejam transformados em refeições saborosas e distribuídas aos menos favorecidos. Ele foi apresentado por Guilherme Moraes, gerente de marketing que encabeça a ação.

Já as palestras “Potência criativa de um Brasil Real”, feita por Felippe Guerra, CEO da Brasis, e “Economia da Diversidade: dados e fatos sobre o impacto da diversidade os negócios”, proferida por Emerson Rodrigues, da Ominira, conseguiram trazer dois aspectos importantes para nosso mercado.

Primeiro, que há um Brasil negligenciado comercialmente, não só nas comunidades, mas fora das capitais; e, em segundo lugar – e talvez mais importante –, como equipes não diversas podem desacelerar a inovação, gerar prejuízos e impactar os resultados das companhias.

Atuando em uma agência de inovação em live marketing, meu propósito é a busca por soluções criativas e eficazes para clientes, colocando o seu consumidor no centro de nossas decisões.

Esse festival, nesse sentido, foi propositivo desde seu formato em si, de “hackear” a cidade, já sendo um grande bench marketing para quem trabalha com experiências e, no meu caso, com eventos regionais, trazendo um olhar criativo na expansão do storytelling de uma ação de forma descentralizada.

E um grande ponto de reflexão que trago para casa é: como as ações de trade e promoções podem agregar os públicos que hoje são negligenciados, em uma comunicação não linear, dado que nosso Brasil é cheio de nuances e linguagens regionais?

O Hack Town me surpreendeu positivamente por ser um festival que estimula a fluidez na troca de ideias, com palestrantes acessíveis, promovendo verdadeiras conexões entre aqueles que querem mudar o status quo, criar ambientes de inovação e plurais dentro de suas empresas e contribuir para um Brasil mais inclusivo e sustentável.

Um verdadeiro convite para quem quer estourar a própria bolha!

Erica Lobato Viveiros é VP de Negócios e Estratégia da Batux
erica.lobato@batux.net.br