Dentre todas as áreas da comunicação que a inteligência artificial generativa vai impactar, a mídia é uma das mais preocupantes do ponto de vista ético. A disseminação de desinformação e fake news por meio da IA é um desafio significativo que exige medidas para combatê-las. Outro ponto é a diferenciação de um texto jornalístico escrito por um ser humano e aquele redigido por uma máquina.
Especialistas antecipam um movimento em que conteúdos criados por humanos serão muito mais valorizados. Confiamos nisso, afinal não dá para uma IA substituir emoção, sensibilidade e contextos humanizados.
A presença de vieses nos algoritmos também pode resultar em discriminação e desigualdades, exigindo normas para mitigar esses efeitos. Nesta edição, o propmark traz o Especial IA abordando os impactos da tecnologia na mídia.
Elaine Coimbra, CEO da WPP/Foster, afirma que a IA transformará ainda mais a indústria de mídia de diversas maneiras como, automatizando tarefas repetitivas e permitindo a produção ágil de conteúdo personalizado, como textos, imagens, áudios e vídeos. Segundo a profissional, a capacidade da IA de lidar com grandes volumes de dados, em tempo real inclusive, fornece insights valiosos para decisões estratégicas.
Ela, porém, faz um alerta: “Embora a IA seja capaz de processar grandes quantidades de dados e realizar tarefas complexas, ela ainda tem dificuldade em compreender sarcasmo, nuances, contextos e emoções humanas. Essa falta de compreensão pode levar a erros de interpretação e resultados imprecisos”, destaca a especialista.
É curioso ver como grandes veículos de comunicação, como Globo, SBT, Terra e Estadão, estão usando a inteligência artificial em suas operações. O Terra, por exemplo, já disponibiliza resumos automáticos no topo de algumas matérias gerados pela IA. Mas a head de conteúdo Manoela Pereira esclarece que os processos de apuração, pesquisa e produção de conteúdo do Terra ainda são 100% humanos.
Já no Estadão, entre os usos incorporados pela redação, estão a utilização da IA para tradução, sugestões de títulos de matérias e chamadas em redes sociais. “Estamos fazendo tudo com supervisão humana, a gente entende que é muito importante que o uso da ferramenta seja acompanhado para que a gente não corra risco de publicar informações erradas”, explica Leonardo Cruz, editor-executivo da área digital do Estadão.
O veículo também foi pioneiro na elaboração de um código de conduta específico para o uso de IA pelos profissionais.
As mais premiadas
O Warc divulgou na semana passada o seu ranking de empresas e campanhas mais premiadas por eficiência, o Effective 100. Há ótimas notícias para o mercado brasileiro: os dados do relatório apresentados neste ano mostram que o Brasil subiu três posições e agora ocupa o terceiro lugar da lista, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Índia.
Na categoria de agências, a AlmapBBDO São Paulo apareceu em terceiro lugar. A agência brasileira ocupava a 49ª posição no ano passado. Outra nacional que ocupa o Top 10 do ranking é a Africa Creative, que está no 9º lugar.
A Africa Creative também foi a mais vitoriosa no Prêmio Colunistas São Paulo. Conquistou o título de Agência do Ano e ganhou nada menos do que três Grandes Prêmios, (Branded Content, Design e Mídia Digital), oito Ouros, quatro Pratas e um Bronze.
A DM9 é a vice-campeã, tendo conquistado o GP de RP com ‘Cost of gold’ para Uhiri Associação Yanomami. MKT House, DPZ e WMcCann fecham o Top 5 das mais premiadas.
Frase: “O preço de não manifestar nossa essência é deixarmos de existir na nossa maior potência”. (Trecho extraído do livro ‘Sua marca pessoal’, de Giuliana Tranquilini e Susana Arbex).
Armando Ferrentini é publisher do propmark