É chegado o momento de planejar 2024. O último trimestre traz também consigo o sentimento de que o fim do ano está se aproximando e, junto com ele, as festas como Natal e Ano-Novo. No campo empresarial, o período é marcado pelo planejamento das metas e estratégias para o ano que vem. No mercado publicitário, isso não é diferente. É neste momento que as agências começam a se debruçar sobre a mesa para avaliar o ano que passou e definir o budget para o próximo.

Há uma série de variáveis para considerar a continuidade de políticas de gestão e investimentos em determinadas áreas ou se é hora de mudar. A conjuntura econômica e a consequente previsão de como se comportará o mercado são prioritárias.

Se 2023 foi um ano de indefinições políticas, em função do novo governo brasileiro que tomou posse em janeiro, consequentemente trazendo instabilidade econômica em meio a uma forte polarização, 2024 promete ser mais estável. Não é raro ouvir de publicitários e empreendedores do mercado que as marcas seguraram investimentos e lançamentos em função do cenário político-econômico. A expectativa, portanto, é de um ano melhor neste sentido.

Matéria nesta edição traz depoimentos de líderes das principais agências de publicidade brasileiras sobre como está a definição dos planos. O uso de novas tecnologias, como o emprego de ferramentas de inteligência artificial, e a implementação de políticas ESG (Environmental, Social and Governance), com as pautas de diversidade, inclusão e meio ambiente, estão no centro das atenções do planejamento para 2024.

De um modo geral, as discussões nas agências para o planejamento de verbas ocorrem de forma recorrente com toda a diretoria. O contexto de mercado, as necessidades dos clientes e as questões sociais são fatores cruciais na formulação das estratégias.

A contratação de novos profissionais, por exemplo, leva em consideração a expectativa de crescimento do escopo junto às marcas e/ou à chegada de novos clientes, sendo que o investimento e o treinamento em pessoal são foco e metas estratégicas comuns entre todas as agências. Outro ponto de destaque é o budget dedicado aos prêmios, que representam boa parte da verba de marketing, com o objetivo de fortalecer a reputação criativa das marcas/clientes e das próprias agências.

“São diversos os nossos pilares de investimento, como premiações, cultura e comunicação, entre outros. Os valores variam muito de acordo com a estratégia desenhada para cada ano, e buscamos avaliar tudo o que pode contribuir para o desenvolvimento sustentável do nosso negócio, alinhando pessoas, marcas, ferramentas e reputação”, afirmou Márcia Esteves, CEO e sócia da Lew’Lara\TBWA.

Fusão
A megafusão da VMLY&R com a Wunderman Thompson pegou de surpresa o mercado publicitário mundial. As negociações estavam sendo tratadas a sete chaves. A união das duas agências do WPP ocorre cinco anos após as integrações da VML com a Y&R e da Wunderman com a J. Walter Thompson. Ou seja, é a fusão da fusão. A partir de janeiro de 2024, a nova operação passará a ser identificada apenas como VML.

Jon Cook será o CEO global da nova operação, mesma posição que ocupa na VMLY&R, enquanto Mel Edwards assume como presidente, função similar à que tem na WT. O comando da nova VML Brasil ainda não foi decidido. Hoje, na VMLY&R, o comando é do CEO Fernando Taralli; e na Wunderman Thompson, de Pedro Reiss.

Segundo o WPP, maior conglomerado global de comunicação de marketing, com faturamento anual de US$ 17,8 bilhões, a fusão faz surgir a maior empresa criativa do setor e do grupo. A empresa combinada terá mais de 30 mil pessoas, em 64 mercados.

“As respectivas bases de clientes, experiência funcional e pontos fortes geográficos
significam que as agências são altamente complementares”, declarou o WPP. São razões que levantam dúvidas, com a subtração de mais um player no mercado e possíveis cortes de postos de trabalho. Seguimos.

Frase: “Nada é inútil, nem mesmo as inutilidades.” (Montaigne)

Armando Ferrentini é publisher do propmark