Ano bissexto suscita, para alguns, inquietação e estranheza. Há quem diga que ele atrai infortúnios. Já outros creem que traz sorte. Mesmo não sendo supersticioso e deixando de lado a crendice popular, o fato é que 2016 é bissexto e foi um desastre no Brasil.

O turbilhão de problemas na economia e na política, que já se arrastavam desde 2014, se agravou neste ano. Teve impeachment da presidente e a maior investigação sobre corrupção de que se tem notícia infernizou – e ainda inferniza – a vida de quem está próximo ao poder. Isso tudo junto e misturado reflete – e muito – no cotidiano do país, dos negócios, dos investidores, dos seus cidadãos. Sobra para todos.

Neste especial, o leitor vai encontrar um especial que traz, em linhas gerais, a retrospectiva deste inesquecível bissexto, que também teve coisas boas, lógico. As Olimpíadas, realizadas no Rio de Janeiro, é um exemplo – e só?! Ninguém dava um tostão para os jogos, mas foi lindo! Passamos ilesos por essa. Ufa!

Em compensação, muitas figuras importantes do cenário nacional nos deixaram. Tivemos até um desastre aéreo terrível que comoveu o mundo e fez com que todos virássemos Chape.

Também não foi um ano para o mercado publicitário chamar de seu. Nas agências, por exemplo, a reclamação sobre comprometimento de rentabilidade é geral. São poucas as operações que demonstraram algum sintoma de tranquilidade no fluxo contábil. Apenas quem conquistou contas novas ou teve ampliação de investimentos dos seus clientes pode celebrar.

A Publicis Brasil é uma delas. Ela garantiu a conta de R$ 100 milhões do Carrefour no início do primeiro trimestre, além de Heineken e Senac. A agência também concentrou a conta da Procter & Gamble, que estava na F/Nazca S&S e Leo Burnett Tailor Made.

A mesma Leo Burnett, que atendia à rede de supermercado, retornou ao segmento em novembro com a conquista da rede Extra, que tem um orçamento de R$ 135 milhões. A BETC começou a trabalhar a conta da Peugeot no primeiro trimestre, embora tenha vencido a concorrência pelo atendimento à marca no fim de 2015. A agência do grupo Havas também engordou o portfólio com a conta do Pão de Açúcar, em novembro.

A Talent teve desempenho diferenciado, já que desembarcaram na agência Claro, CNA, Girafas, Mondelez, Lactalis, Movida Rent a Car e Honda. A WMcCann teve desempenho fora da média com a campanha de Bradesco nas Olimpíadas e o volume de mídia com Seara, que trouxe até Robert de Niro para apresentar a linha Gourmet. A Volkswagen, dona de um orçamento bruto de publicidade de R$ 700 milhões, abriu concorrência pela primeira vez em 56 anos. O processo durou seis meses e deu  AlmapBBDO – que já atendia a conta. O Bradesco (WMcCann, Y&R e mcgarrybowen) e Bradesco Seguros (AlmapBBDO) também estão em concorrência.

A FCB Brasil venceu a disputa por Consul e Brastemp, e a DPZ&T e a Mood, por Porto Seguro. Neste ano, o Brasil teve um bom resultado em Cannes. Além de diversos Leões conquistados por agência sem tradição no festival, a AlmapBBDO ficou com o GP de Agência do Ano pela quarta vez. O especial traz este e outros tantos fatos importantes no Brasil e no mundo. Boa leitura!