Quebrar paredes físicas e imaginárias orientou a DM9DDB em seu projeto DM9 99 dias. A nova fase foi marcada pelo início de seu plano de reestruturação. Tornar sua comunicação mais direta e colaborativa internamente tornou-se uma das missões dos copresidentes Marcio Oliveira e Paulo Coelho. A ideia era valorizar o principal equity da agência: as pessoas. Passados os primeiros meses desse novo olhar, os executivos fazem balanço positivo do período. E não apenas por somar 35 campanhas e mais de cem filmes na mídia, mas por tornar o ambiente corporativo mais leve, democrático e colaborativo. “Mais do que mudanças estruturais, provocamos mudanças culturais, isso é o mais importante. Quando você quebra paredes, elimina silos. Até o ano passado, cada vice-presidente tinha sua salinha fechada. Quando você quebra tudo, você possibilita que as pessoas conversem mais entre si”, destaca Coelho. 

Alê Oliveira

A mudança faz parte de um pacote de iniciativas da agência após extenso processo de autoanálise e a constatação de que algumas questões precisavam ser ajustadas. Os processos, por exemplo, eram o ponto mais sensível, como destaca Oliveira.

“As pessoas aqui são muito talentosas, temos produtos promissores de clientes incríveis. Só que o processo era caótico, precisava ajustar, ter organização. A DM9 é uma máquina de fazer o impossível. Mesmo quando a gente está satisfeito conseguimos fazer mais e melhor. Temos um poder de entrega absurdo, e justamente por isso, se a organização não for perfeita, a gente não dá conta. E quem sofre com isso são as pessoas”.

Pensando em maneiras de chamar toda a equipe a participar do processo de transformação, os copresidentes pediram para que os próprios colaboradores criassem um modelo de trabalho que fizesse mais sentido e fosse funcional. A agência passou também a monitorar e contabilizar as horas trabalhadas, a fim de acompanhar em tempo real quem possa estar mais sobrecarregado.

Segundo Oliveira, a ideia de que publicitário precisa fazer inúmeras horas extras ficou no passado. Cada vez mais qualidade de vida e equilíbrio entram na mesa de debate. Assim como a valorização dos profissionais sob outros olhares que não apenas o hierárquico. Isso porque, para cativar os talentos, nem sempre oferecer uma promoção é a chave. Pensando nisso, a agência passa a adotar também um programa de reconhecimento baseado nos interesses de cada um, desde um curso de capacitação a um período sabático ou mais flexibilidade de horário, por exemplo.

O futuro chegou
Crescimento é uma métrica subjetiva para a DM9 nessa nova fase. Na contramão do mercado, ampliar a carteira de clientes não está nos planos imediatos da agência. A palavra de ordem é ganhar cada vez mais relevância dentro dos clientes que atende, o que por si só já é uma grande missão. Os primeiros passos já foram dados. Nesse período foram feitos trabalhos para McDonald’s, Itaú, Johnson & Johnson e Walmart, para citar apenas algumas marcas.

“Não vamos prospectar por prospectar. Imagine a máquina de inovação que é o Itaú e quantos produtos ele pode lançar nos próximos anos? Para que olhar agora para fora se eu tenho dentro de casa uma chance de crescer nesse negócio?”, ressalta Oliveira.

Otimistas quanto aos trabalhos futuros, os executivos agora se preparam para mudança que vai concretizar fisicamente o novo momento. No mês nove a DM9 muda de endereço. Vai dividir espaço com o Google e outras empresas que ocupam o edifício Pátio Victor Malzoni, na Avenida Brigadeiro Faria Lima. Será um espaço sem paredes, integrando os departamentos.

“Horizontalizamos os processos e acabamos com essa hierarquia antiga. Todo mundo começa a sentir as dores da empresa. Não existe mais essa coisa de que o problema está em determinado departamento. Se tem um furo no barco, não importa onde for, está todo mundo junto”, finaliza Oliveira.

Alê Oliveira

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