O youtuber Júlio Cocielo publicou na última quarta-feira (4) um vídeo pedindo desculpas pelo comentário sobre o jogador francês Mbappé. Pelo Twitter, ele escreveu “Mbappé conseguia fazer uns arrastão top”.

A mensagem foi considerada racista e gerou uma crise de imagem. Internaturas resgataram posts antigos e o influenciador perdeu parcerias com diversas marcas, entre elas Itaú, Coca-Cola, Submarino e Asus.

No vídeo “Ignorância”, ele diz que é consciente de seu erro e não quer tentar ter razão. Relembrando o que escreveu sobre o atleta francês, ele diz que foi um comentário “muito zoado”, “infeliz e mal explicado”, que gerou a confusão e “acabou ofendendo algumas pessoas”. 

“Eu entendo a revolta que rolou. Agradeço as pessoas que souberam me ouvir e explicar sobre o racismo institucional e o racismo velado. Percebi que é importante e que é uma coisa que todo mundo deveria aprender e entender”, diz e cita situações que exemplificam os conceitos mencionados, como estatísticas de negros mortos no Brasil. Ele também diz que no seu caso, a “ignorância foi combatida com conhecimento”.

Em seguida ele se refere a possíveis críticas sobre ele supostamente só pedir desculpas após ter “sentido no bolso” pelo fim de parcerias. O influenciador digital disse ser nascido e criado por família humilde e com princípios, o que o fez sentir vergonha de ter decepcionado sua mãe. “As coisas mais importantes para mim são a minha criação e humildade. Quem me ensinou isso foi minha mã, me sinto envergonhado por ter decepcionado ela”, afirma.

Sobre os tuítes antigos, ele comenta que tinha cerca de 17 anos e reproduzia algumas “supostas piadas” que via na internet ou em stand-ups, mas ressalta que nada disso justifica o que escreveu. “Isso é muito distante de quem eu sou hoje e do tanto que minha vida evoluiu. Eu não sou uma pessoa que quer espalhar o racismo ou ser preconceituoso. Hoje eu leio tudo o que postei e me sinto envergonhado, foram coisas absurdas. Deveria ter, mas eu não tinha e não tive noção do peso que isso teria hoje. E com isso aprendi que o que falei não foi piada hoje, não é amanhã e nunca tem que ser”, lembra.

Em seu espaço dele no YouTube, o CanalCanalha, tem cerca de 17 milhões de inscritos, ele também diz aceitar as consequências por ter sido imaturo e irresponsável, mas diz que é uma completamente diferente de quem era. 

Ele disse não trabalhar com uma assessoria de imprensa e resolveu se posicionar por respeito a seus seguidores.”Não estou fazendo esse vídeo por marcas, mas por mim, porque me senti mal. […] Lendo as notícias fiquei com vergonha. A partir do momento que eu falo coisas sem pensar, posso perpetuar o preconceito e não é isso o que eu quero. […] Eu tenho que influenciar as pessoas que me seguem de uma forma positiva e com respeito a todos”, reforça.

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