Um dos destaques da programação matutina do Social Media Week dessa terça-feira, 11, foi a palestra “Precificação de Serviços Digitais. Qual o Algoritmo adequado?”, dada por Daltro Martins, presidente da ABRADi-SP (Associação Brasileira dos Agentes Digitais). O PROPMARK esteve presente e traz os principais insights do encontro, que aconteceu na ESPM.

Durante a palestra, Martins debateu os critérios para a criação do Guia de valores referenciais para serviços digitais desenvolvido pela Associação, feito em parceria com o Sinapro-SP. “O guia referencial não é tabela de preços. Uma coisa é dizer ‘isso pode custar em média x reais’, outra é falar ‘você tem que cobrar x reais’. A ABRADi não quer regular mercado. Não é que nem gasolina. É uma referência para o mercado. Um guia de referências para orientar a formação de preços”, explica Martins.

Ainda segundo o presidente, muitos profissionais que baixam o material se impressionam com os preços. O motivo: não entendem para quem o Guia foi feito. Os valores foram pensados para empresas com, no mínimo, 10 funcionários CLTS, tributação média de 18% a 20%, com estrutura de operação, infraestrutura de TI, computadores, softwares licenciados, entre outros fatores.

“O guia não foi feito para freelas. Óbvio que ele pode usar. Ele sobe o sarrafo dele. Mas a ABRADi, como entidade, tem que trabalhar para empresas”, elucida o presidente da Associação.

Mas, então, como cobrar pelos serviços em digital? Bem, se você se encaixar nos quesitos da ABRADi, pode usar os valores do guia como referência. O material é perfeito para concorrências e, também, para mostrar ao prospect uma base de preços (apenas para dar alguns exemplos de sua utilidade).

Outro fator é pensar bem sobre tudo que envolve a produção no digital. “Vocês precisam entender quanto custa o trabalho de vocês”, ressalta Daltro. Se você trabalha em casa, por exemplo, é preciso incluir na precificação uma parte de quanto você gasta com luz, lembrar-se das licenças dos softwares utilizados, conta de telefone, entre outros fatores.

Durante a palestra, a plateia, formada por representantes de agências e profissionais liberais, também se manifestou. Algumas dicas para deixar a precificação mais atrativa foram elogiadas por Daltro. Exemplo: se você não tem verba para pagar o pacote Adobe, utilize softwares open sources. Se o contador está caro, busque alternativas como o Contabilizei. Não consegue pagar o shutterstock? Procure bancos de imagens gratuitos.

Além de todas essas dicas, talvez a mais valiosa seja a de criar valor percebido. “O preço é o preço. O valor é o que você deixa, é a entrega do seu serviço. Trabalhem para ter valor agregado. Um bom atendimento, por exemplo. Às vezes, o cliente pede uma bola quadrada e você precisa entregar a bola quadrada. […] Entenda o problema do cliente e vá além”, finaliza Daltro ressaltando que, ao criar o valor agregado, a empresa/profissional poderá cobrar mais no médio/longo prazo.