2015 foi um dos anos mais complicados, sob o aspecto financeiro, da última década. Crise política e o pouco investimento no Brasil foram um dos pontos que fizeram de 2015 um ano para ser esquecido. Dentro do mercado publicitário, as notícias que circularam também não tiveram um tom otimista. No entanto, no mundo digital, os números compõem um cenário de contraste. 

De acordo com estudo Digital AdSpending, divulgado na tarde desta terça-feira (8) pelo IAB (Interactive Advertising Bureau) Brasil e realizado pelo comScore, a publicidade online movimentou R$ 9,3 bilhões no ano passado, o que representa um crescimento de 12%. O levantamento também apresentou os investimentos por áreas do digital, com valores consolidados de 2015. 

O segmento de search e classificados, por exemplo, é o responsável pelo maior volume de verbas publicitárias. O segmento movimentou R$ 5,169 bilhões, seguido por display e redes sociais (R$ 3,148 bilhões) e vídeo (R$ 1,038 bilhão). 

André Izay, presidente do IAB Brasil, falou sobre os números referentes ao ano passado. De acordo com o executivo, mercados mais maduros, como o dos Estados Unidos, são bons exemplos de que o digital tem ganhado terreno no budget dos anunciantes.

Divulgação

“Apesar da instabilidade econômica, acreditamos que o setor de marketing digital deva seguir mantendo um crescimento de dois dígitos nos próximos anos”, garante. “O número deste ano, por exemplo, foi bem próximo ao que divulgamos em 2014”, complementa. 

Em 2014, o investimento foi de R$ 8,3 bilhões e a previsão feita pela IAB para o ano havia sido de R$ 9,5 bilhões, o que representaria um crescimento de 14%.   

2016
A previsão para este ano é crescer 12%, chegando a R$ 10,4 bilhões. Esses são os principais dados da pesquisa Digital AdSpending, liderada pelo IAB Brasil e realizada pelo comScore, que contou com a colaboração das principais empresas que compõem o mercado online brasileiro. 

O mobile foi um dos assuntos abordados por Izay durante a apresentação dos números. Sobre os números específicos do segmento, que ainda não compõe um tópico no estudo, o presidente do IAB explicou como os números foram computados. 

“O mobile é uma categoria que vem ganhando destaque em outros países, mas que, especificamente neste estudo, os números estão incluídos nas três categorias – search e classificados, display e vídeo”, afirma. O mesmo acontece com a mídia programática, como garantiu André Izay. 

Comitês
Além dos números sobre o mercado, o IAB também divulgou a criação de dois comitês – “Tendências e Inovação” e “Combate à Fraude”. Cris Camargo, diretora executiva da associação, explicou que o principal statement para o ano é o da Transparência, elemento, segundo ela, essencial para mostrar a maturidade e seriedade do segmento digital no Brasil. 

A executiva ainda revelou os outros temas estratégicos para o IAB Brasil: adblock, privacidade de dados, mídia programática, viewability, vídeo e mobile. “Esses assuntos prioritários refletem o alinhamento global com os demais IABs pelo mundo. Com isso, também temos a oportunidade de aprender e evoluir com as experiências de mercados mais maduros”, diz.