Resende: transformar conteúdo em projeto comercialPosicionada como a única empresa brasileira exclusivamente dedicada a explorar comercialmente o esporte amador — praticado em escolas, universidades ou campos de várzea —, a TTK declara ter obtido resultados interessantes nos últimos anos. De 2010 para 2011, faturou R$ 4,5 milhões e, no ano passado, dobrou o montante, chegando a R$ 9 milhões. “Tivemos um crescimento de 100% quando focamos os nossos esforços em criar os nossos próprios projetos. A nossa estratégia é ter eventos proprietários e comercializar cotas”, conta o sócio Gustavo Resende, que fundou a TTK junto com Marcos Yano, em 2004.

Segundo o executivo, a proposta da TTK em marketing esportivo é ser um complemento dos investimentos que os anunciantes já fazem comprando grandes propriedades, como da própria Copa do Mundo, das Olimpíadas e da Copa do Brasil, entre outras. A estimativa é de que só o futebol movimente R$ 16 bilhões por ano no país. “As marcas atingem o fã de esporte quando ele está assistindo a esses grandes jogos, mas é possível impactar esse público também na hora que ele está praticando”, destaca.

A TTK possui três plataformas comerciais: a FutCup (de futebol infantojuvenil e que existe há dez anos nas escolas); o InterU (plataforma multiesportiva universitária, para jovens entre 18 e 26 anos); e a recém-lançada Boleiros, dirigida ao futebol de várzea, com homens entre 30 e 40 anos. “A gente começou em 2004 com a FutCup e agora estamos ampliando para vários tipos de públicos. Além do universitário, que tem só dois anos, também vamos expandir para um público de várzea. É muito difícil comercializar esporte amador só pelo esporte, principalmente porque o nível técnico é baixo e não leva grande público para os jogos”, explica Resende.

O executivo afirma que o impacto comercial é muito mais qualitativo do que quantitativo e que atinge não somente o público envolvido nos jogos, mas também familiares dos praticantes e estudantes que não necessariamente competem. No total, a TTK alcança hoje um público de um milhão de pessoas por ano, somente com os torneios da FutCup. “Estamos com cerca de 200 mil alunos, de 11 a 17 anos, e com as principais escolas”, diz.

Atualmente, a TTK trabalha nos mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Brasília. Resende garante que o potencial do esporte amador é grande. “Quando a gente começou a organizar torneios com grandes colégios, viu que nenhum era comercializado. Isso acontece principalmente porque o objetivo final é o lazer para as crianças. Nosso papel foi transformar esse conteúdo esportivo em um projeto comercial, com a cara do mercado publicitário”, lembra.

Como exemplos de ações comerciais elaboradas, Resende cita a ativação com a Centauro, cujo interesse principal era movimentar o ponto de venda. “Criamos uma propriedade específica para que as inscrições dos torneios fossem feitas nas lojas para gerar fluxo”, conta. Uma ação comum é o teste de chuteira — já realizada para Adidas. Para Sony, por exemplo, a empresa fez várias ações de experimentação de produtos. “Os pais podiam testar as câmeras”, reforça. A TTK negocia a renovação de contrato com os anunciantes  citados, entre outros. A empresa atua no mercado sob o conceito “BrandPlay. Coloque sua marca para jogar”.