Mais que qualquer das melhores escolas de administração e negócios do Brasil, de longe, quem mais formou, capacitou e qualificou vocações empresariais em nosso país foi o franchise. Originário dos Estados Unidos, 1862, mediante iniciativa pioneira da Singer, cresce exponencialmente no final da Segunda Guerra, constituindo-se na melhor alternativa para ocupar os soldados que voltavam dos campos de batalha.

Chega ao Brasil no início dos anos 1950 com Itamar e Fernando Silva, gestores, e César Yázigi, professor de inglês. E um primeiro contrato em 1954, ano em que a cidade de São Paulo comemorava seu quarto centenário. Desde então cresceu, encorpou e, nesse quadro de crise e desânimo que vivemos, é o bálsamo inspirador.

50 anos depois, e segundo dados divulgados pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), além de ser o maior empregador do país, o franchise registrou nos últimos 12 anos um crescimento espetacular. E não há nenhuma evidência ou sinal que indique uma retração e nem mesmo estabilidade.

Ao fechar o balanço de 2014, o franchise registrou um crescimento real de 4,83% em relação a 2013. Em dinheiro, um faturamento de R$ 128,56 bilhões, por meio de 2.942 marcas franqueadas, 125.641 unidades e gerando 1.096.859 empregos diretos.

Em entrevista a Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF, apresentou um dado mais que revelador da importância do franchise em nosso país: “Segundo o Ministério do Trabalho, em 2014, o setor de franchising gerou 67.178 novos empregos. O equivalente a 17% de todas as vagas criadas e preenchidas no país”.

A evolução do mecanismo multiplicador de negócios, muito especialmente em países de dimensão continental como o nosso, nos últimos 12 anos, é hoje uma referência mundial dentro do tema. De 814 marcas que aderiram ao franchise em 2003, esse número saltou para 2.942 em 2014. De 49 mil unidades para 125.641. De 400 mil empregos diretos, para 1,1 milhão.

Mas, mais importante que os números, embora os números garantam relevância e consistência a essa conquista, tem sido o exercício permanente e exaustivo das ferramentas e práticas de gestão por milhares de vocações empresariais em quase todas as cidades brasileiras. Sementes verdadeiras de um país melhor cultivadas e desenvolvidas no mega laboratório do franchise.

Vocações empresariais orientadas por lições como as de Marcelo Cherto, pioneiro e o maior dos mestres do franchise em nosso país: “Só haverá venda se o comprador tiver um problema e se convencer de que a solução que você propõe é a melhor para resolver aquela questão. E o que vai fazê-lo concluir que sua solução é a mais adequada são as razões dele, não as suas”. Marketing na veia.