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O jornal curitibano Gazeta do Povo, do grupo GRPCOM, tomou a decisão estratégica de pôr em prática uma série de mudanças e, a partir de 1o de junho, tornar-se o primeiro jornal brasileiro feito originalmente para plataformas móveis, a partir do conceito Mobile First, e terá como diretriz o jornalismo de impacto social. A partir de junho, abandona definitivamente a edição impressa diária e passa a ser um jornal totalmente digital, com uma edição impressa semanal em papel couché, distribuída sempre aos sábados. Paralelo a isso, entra em cena o modelo de negócio “subscriptions First”, em que as assinaturas passam a ser a principal fonte de receita. O objetivo é chegar, até 2019, a 300 mil assinantes.

Guilherme Pereira, presidente do GRPCOM, diz que, no lugar de enxergar dificuldades, o jornal procurou enxergar as oportunidades no mundo digital: em ampliação de alcance, na diversificação de maneiras de dialogar com o leitor, nas possibildades de conhecer melhor os leitores. O investimento será da ordem de R$ 23 milhões em tecnologia para promover a mudança ao longo dos próximos dois meses.

No centro do novo modelo editorial, o celular – tanto na produção das matérias jornalísticas, quanto na publicação prioritária, invertendo a lógica do consumo de conteúdo geralmente construído para telas de computador. O aplicativo da nova Gazeta do Povo foi criado pela italiana Eidos e permite ao jornalismo produzir diversos tipos de conteúdo e postar via celular.

“Percebemos que não estavamos plenamente adaptados a essa nova realidade, em que o consumo de notícias se dá principalmente pelo celular. Mas o repórter ainda escrevia pensando no desktop. A Eidos evoluiu e hoje nossos repórteres pensam, em primeiro lugar, na tela do celular. Isso, entre outras coisas, permite levar o repórter de volta para as ruas.”, diz o executivo.

Outra diretriz do jornalismo da nova Gazeta do Povo é a da produção jornalística para gerar impacto social. Para aferir esta meta, o veículo adotará metodologia que vem sendo desenvolvida a partir de experiência anterior do Marshall Project, portal noticioso norte-americano sobre Justiça Criminal. O jornal quer ganhar relevância como motor de mudanças sociais – e, naturalmente, produtor de jornalismo sério, confiável e que faz diferença na vida das pessoas.

“Acreditamos muito no jornalismo de impacto, no jornalismo transformador. Para isso criamos uma série de ferramentas de análise de impacto social. Está no começo, mas é uma grande novidade”, observa Pereira.

Guilherme diz que o foco principal do jornal é ganhar relevância no estado do Paraná, e que haverá conteúdos mais voltados para os Curitibanos, o que é permitido através das (novas) ferramentas de geolocalização que entram em cena na nova fase. O objetivo é gerar valor e depender mais de assinaturas do que de receitas de publicidade, que vêm encolhendo mundialmente. O jornal já possui um núcleo especializado em branded content e publicidade customizada. Hoje, o jornal tem cerca de 50 mil assinaturas combinadas impresso/digital e 20 mil exclusivamente digitais.

A edição semanal do jornal que circulará sempre aos sábados pretende aprofundar e explicar os assuntos mais quentes do momento, provocando debate e oferecendo artigos exclusivos. Cada exemplar terá 64 páginas e será vendido a R$ 8,00 nas bancas. Além desta edição semanal, mensalmente serão publicadas as revistas Haus e Bom Gourmet. Assinantes do pacote premium terão acesso completo à plataforma e receberão as publicações semanal e mensais, bem como integrarão o Clube Gazeta do Povo, que oferece vantagens aos seus membros.

Dentro da nova estratégia, está a busca de ampliação do diálogo com a audiência jovem através das redes sociais, possibilitando, por exemplo, que leitores do jornal saibam o que seus amigos andam lendo no jornal.

“O jornal pode ser um gerador de conversa, aproximando as pessoas em torno dos temas da atualidade, um ponto de encontro. Isso está sendo explorado e acredito que vai dar certo”, comenta o presidente do grupo.

Para marcar a “virada de chave”, a Gazeta reafirmará seus valores e convicções por meio de 28 editoriais que serão publicados no fim do mês de abril. No dia 31 de maio, todos os textos serão compilados e disponibilizados na plataforma. É o reforço, curiosamente, naquilo que não mudará: o DNA e as crenças do jornal.

“Não muda nosso DNA, que está sendo reforçado. Queremos reforçar nosso jornalismo, ampliando nossa equipe, apesar do momento crítico. Nossa visão é a de um jornal de centro, em favor da vida, dos direitos humanos, da democracia, da virtude, da ética. Isso nos fortalece.”, conclui Guilherme.