https://youtube.com/watch?v=cngf_NkirY0

O Grupo Boticário patrocinou a realização do documentário “Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero” exibido no encontro da Onu Mulheres no Rio de Janeiro, “Por um planeta 50-50 em 2030: Mulheres do Amanhã”, que reuniu personalidades de diferentes setores para falar sobre os obstáculos e soluções para alcançar um planeta de igualdeda de gênero até 2030. O documentário foi produzido com base em uma pesquisa realizada pela ONU Mulheres, portal PapodeHomem e o próprio Grupo Boticário no âmbito do movimento ElesPorElas, liderada pela Questto | Nó Research, em parceria com a Zooma Consumer Experience e a consultoria do sociólogo Gustavo Venturi. 

A pesquisa mostra que 95% das mulheres e 81% dos homens entrevistados consideram o Brasil um país machista. E 3% deles se consideram bastante machistas, ainda segundo estudo, que visa entender como as pessoas se sentem sobre esse tema e como podemos evoluir para uma sociedade com mais igualdade e mais diálogo entre os gêneros.

A pesquisa aponta que os estereótipos do comportamento masculino causam dificuldades aos homens, já que 66,5% deles não falam com os amigos sobre medos e sentimentos; 45% gostariam de não se sentir obrigatoriamente responsáveis pelo sustento financeiro da casa; e 45,5% gostariam de se expressar de modo menos duro ou agressivo, mas não sabem como. Quanto mais inseguros se sentem, mais violentos ficam, perpetuando a desigualdade de gêneros.

Também não é fácil para eles lidar com a figura do “herói durão” e do ideal da virilidade, tendo que provar que é forte, provedor e poderoso. Para se ter uma ideia, 56,5% gostariam de ter uma relação mais próxima com os amigos, expressando mais afeto, e 54% gostariam de ter mais liberdade para explorar hobbies pouco usuais sem serem julgados.

O objetivo do trabalho é mostrar como se formam, se sustentam e de que modo é possível enfrentar estes comportamentos. O levantamento identificou também como as mulheres percebem o papel dos homens na sua vida e na sociedade de hoje, apontando as principais tensões culturais que geram sofrimento e desigualdade. Entre as constatações está o fato de que os homens ainda não sabem lidar com a mudança de posição na hierarquia social, o que faz com que busquem provar constantemente sua masculinidade.

O debate público sobre os direitos das mulheres está na ordem do dia. A pesquisa revela como as desigualdades de gênero afetam mulheres e homens no Brasil. As mulheres mostram a convicção de que a igualdade é benéfica para todas as pessoas, ao passo em que elas afirmam serem as pessoas mais afetadas pela violência e pela desigualdade de direitos em relação aos homens. Por sua vez, eles evidenciam como o machismo condiciona as masculinidades, restringindo-lhes a relaçãcom as mulheres e com os próprios homens por meio de comportamentos e atitudes machistas. O estudo traz elementos mais concretos sobre as discussões sobre a igualdade de gênero, para a revisão e a repactuação de papéis de gênero, assim como as transformações necessárias para o fim do machismo”, disse Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

Entre os mecanismos capazes de envolver mais a figura masculina no processo de transformaçãoo estudo indica ações educativas independentes que podem debater a saúde do homem, como por exemplo espaços de acolhimento para discutir masculinidade entre homens, grupos reflexivos para homens autores de agressão e iniciativas que visem alterações em políticas públicas, como a ampliação da licença-paternidade.

Guilherme Valadares, fundador e diretor de conteúdo do PapodeHomem, diz que o que está sendo combatido é apenas a masculinidade tóxica, não masculino como um todo.

“Assim como o machismo é prejudicial às mulheres e aos próprios homens, a igualdade de gênero é benéfica para todos nós. Por isso acreditamos que há espaço para envolver os homens nesse movimento, sempre respeitando o protagonismo das mulheres”, afirmou. 

Lia Azevedo, vice-presidente de Desenvolvimento Humano e Organizacional do Grupo Boticário, diz que a empresa tem uma ligação muito forte com o respeito às pessoas e ao empoderamento da mulher.

“Elas são maioria entre nossos franqueados e colaboradores e hoje estão em 50% dos postos de liderança. Acreditamos que homens e mulheres são igualmente capazes. Suas diferenças se complementam e devem ser respeitadas. Essa crença está presente em nossos valores, no nosso propósito e nas competências esperadas de nossos colaboradores. Por isso, foi tão importante participar desse projeto”, explicou. 

A pesquisa teve uma etapa qualitativa, que entrevistou 40 pessoas entre influenciadores e especialistas em SãPaulo, Rio de Janeiro e Recife, e uma quantitativa, em que ouviu 20 mil pessoas online em todo o país. O documentário – dirigido pela Monstro Filmes – será veiculado no canal da ONU Mulheres no YouTube e no Videocamp.