Os escândalos de corrupção na Fifa parecem não ter fim. Segundo afirmação do próprio FBI, que desencadeou a operação que prendeu sete dirigentes da entidade há poucos meses na Suíça, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, as investigações ainda não chegaram nem à metade do primeiro tempo.  

A bola da vez, inclusive, é o secretário-geral Jérôme Valcke, o segundo na hierarquia da entidade, abaixo apenas do presidente Joseph Blatter. Segundo informações apuradas pelo jornal O Estado de S. Paulo e outros nove jornais do mundo, Valcke comandou diretamente o esquema ilegal de venda de ingressos executado nas Copas do Mundo de 2010, na África do Sul, e 2014, no Brasil. “Valcke foi colocado em licença e liberado de suas funções até novo aviso”, informou comunicado da entidade, após as publicações das reportagens nesta última quinta-feira (17).

Não é a primeira vez que o secretário-geral entra pessoalmente na mira de escândalos na Fifa. Em 2006, quando ocupava o cargo de diretor de marketing, Valcke levou a entidade a ter que pagar US$ 90 milhões de indenização para uma empresa parceira. Na época, ele renunciou e acabou voltando um ano depois em um cargo ainda maior, o que ocupava até o momento.

Nesta nova “derrapada” de Valcke, o centro da polêmica é a empresa JB Marketing, que acusa o executivo de ter embolsado 50% da receita com a venda ilegal de ingressos vips dos últimos dois mundiais.

Valcke é o dirigente da Fifa que, em 2012, disse que o Brasil merecia um “chute no traseiro” pelo atraso de obras para a Copa do Mundo.