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Reconhecido como um dos diretores mais importantes da televisão e do cinema brasileiro, morreu nesta quinta-feira (17),  no Rio de Janeiro, José Carlos Aranha Manga, aos 87 anos. Manga, como era conhecido, começou a carreira no cinema, onde realizou cerca de 32 filmes. Ele foi um dos principais diretores do período de ouro – os anos 1950 – da Atlântida, onde esteve à frente de clássicos da chanchada como Nem Sansão nem Dalila (1954), Matar ou Correr (1954) e O Homem do Sputnik (1959) e A Dupla do Barulho (1953), que tinha no elenco os grandes astros da época, Oscarito e Grande Otelo, entre outros. 

Manga começou a trabalhar na televisão no início dos anos 1960.  Em 1980, foi contratado pela Globo, onde dirigiu a segunda versão do humorístico Chico City. Ainda na linha de humor da emissora, Carlos Manga dirigiu também Os Trapalhões. Manga também teve uma forte ligação com a publicidade, uma vez que também é pai de Carlos Manga Júnior, conhecido como Manguinha, um dos principais diretores de cena do mercado de produção brasileira. Hoje é sócio da Popcon. 

Na década de 1990, já como diretor artístico de minisséries da Globo, Carlos Manga foi responsável por grandes produções da teledramaturgia brasileira, como Agosto (1993), Memorial de Maria Moura (1994) e Engraçadinha… Seus Amores e Seus Pecados (1995), adaptação da obra clássica de Nelson Rodrigues. Carlos Manga dirigiu ainda A Madona de Cedro (1994), adaptada por Walther Negrão a partir do romance homônimo de Antonio Callado; Incidente em Antares (1994), baseada na obra de Erico Verissimo; e Decadência (1995), de Dias Gomes.

Além das minisséries, Manga tornou-se diretor de núcleo e foi responsável pela produção de duas novelas na Globo. A primeira foi o remake de Anjo Mau (1997), escrita originalmente por Cassiano Gabus Mendes em 1976 e adaptada por Maria Adelaide Amaral. A segunda novela foi Torre de Babel (1998), de Silvio de Abreu.

No final dos anos 1990, Carlos Manga voltou a trabalhar na linha de shows, na qual iniciara sua carreira, cerca de quarenta anos antes. Nessa linha, dirigiu desde programas de auditório, como o Domingão do Faustão (1989), quanto seriados, como Sandy & Junior (1999) e Sítio do Picapau Amarelo (2001).

Manga iniciou os anos 2000 trabalhando como diretor artístico do Zorra Total (1999). Em 2004, voltou a trabalhar como diretor artístico na minissérie Em Um Só Coração, de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira.  Quando completou 50 anos de carreira, o diretor foi homenageado e fez uma participação especial – no papel de si mesmo – na novela Belíssima (2006), de Silvio de Abreu. Em 2007, o núcleo de Carlos Manga foi responsável pela produção da novela Eterna Magia (2007), de Elizabeth Jhin. 

Uma das suas últimas participações na TV aconteceu em 2012. Em novembro de 2010, Manga participou como ator do seriado Afinal, o que Querem as Mulheres?; e fez outra participação, também como ator, em Dercy de Verdade, da autora Maria Adelaide Amaral, em 2012.  Manga nasceu no dia 06 de janeiro de 1928, no Rio de Janeiro, e era pai de Paula Manga, Carlos Manga Júnior, Maria Manga e Katia Manga (já falecida), e avô de quatro netos.