Há indícios de que pagamentos feitos pela Petrobras a partir de 2010 à agência de publicidade Muranno foram autorizadas pelo ex-presidente da petrolífera, José Sergio Gabrielli. A investigação da força-tarefa da Operação Lava-Jato, que reuniu esses indícios, ganhou aprofundamento na semana passada, depois que a Petrobras enviou à Polícia Federal os contratos firmados com a agência.

Os responsáveis pela Operação estão correndo contra o tempo para concluir a investigação sobre sobre a corrupção na área de publicidade na Petrobras antes do recesso judicial, que começa em 19 de dezembro.

Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e o doleiro Alberto Youssef, dois dos principais delatores da Operação Lava-Jato, afirmam que pagamentos de R$ 6 milhões feitos à Muranno foram ordenados por Gabrielli para resolver uma “pendência” da petrolífera com a agência. Na época, a Petrobras considerou irregular os contratos firmados com a Muranno, que demitiu o ex-gerente de Marketing vinculado à diretoria de Abastecimento, Geovanne de Morais.

Gabrielli foi procurado e afirmou em nota que nunca teve contato com esta empresa Muranno e que só ficou sabendo da prestação de serviços para a área de Abastecimento depois de reportagens publicadas. Ele ainda afirmou que se houvesse alguma pendência com a área, não era do conhecimento da presidência da Petrobras. Além disso, ele também disse que nunca teve conversa sobre os pagamentos à Muranno com Paulo Roberto Costa. 

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Com informações de Valor Econômico