Lula Vieira: como diz a música, vamos abrir a roda, enlarguecer...Por coincidência, que alguns chamam de fixação, minhas duas últimas colunas tinham relação (Epa! Opa!) com aquela parte da anatomia que o brilhante candidato à presidência Boca Solta, ou melhor, Levy Fidelix, chama de “aparelho excretor” que, numa aula profunda de ciências, ele ensina que “não reproduz”.

Eu tinha me prometido parar com o assunto bunda (duas coluna seguidas é o suficiente), mas vai daí que o Fidelix num debate entre os presidenciáveis saiu querendo bater em gays, lésbicas e transexuais como que para exorcizar algum passado.

Eu tinha pensado em comentar esta desastrada intervenção do caricato candidato, mas o colunista da página de Opinião de O Dia (RJ), o também carnavalesco e artista plástico Milton Cunha, publicou no jornal em que trabalha uma resposta de tal forma precisa que me deu ganas de copiar.

Deixo claro que eu e minha mulher somos amigos pessoais de Milton e trabalhamos juntos na TV Educativa, convivência que me dá saudades até hoje. Leia o que ele escreveu, por favor:

“Fidelix, você não acha que o fiofó tem lá os seus direitos, mesmo que ele não reproduza? Em que país você mora, príncipe? Este aqui é o país da bunda, que canta, que reza missa, que se candidata a presidente da República, gostoso. O excretor da Carla Perez parou a nação nos 90, mas antes teve as excrescências da Gretchen, e o excretor da Melancia jamais foi pra xepa, homem. Para além da geração de fetos, o brioco é a preferência nacional, bonitão (e quem inventou isto não foram os gays, não, gato do bigode grosso). Parece que os heteros machões brasileiros sempre adoraram um aparelho excretor.

Santa ignorância a do Levy: desde que eu nasci meus amigos que gostam de mulher sempre me contaram que a maior fantasia dos caras ou é transar com duas meninas ao mesmo tempo, ou convencê-las a ceder a cauda. Ai, Levy Fidelix, que caretice: libera, vai! Quem sabe você funda um novo partido: o PEQECT — Partido do Excretor Que Está Com Tudo e não tá prosa.

(…) Eu sei que eu não deveria me precipitar, mas como tua filha disse que destacaria principalmente o teu jeito humano de tratar as pessoas, de enxergar os problemas e tua generosidade infinita, te peço para rever sua posição sobre o pobre do excretor: ele também tem o direito de ser feliz, já sabe brincar, desceu pro play, e — porque tá ficando apertadinho, por favor, Levisérrimo! Levy Fidelix, você não sabe o que você tá perdendo…”

* Entre em contato com o autor no email lulavieira@grupo5w.com.br