O mercado automobilístico deve ter um ano delicado em 2014. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou números atualizados a respeito da produção e licenciamento nesta quinta-feira (6). Apesar de ter um janeiro relativamente melhor que a expectativa, a previsão para a temporada não é exatamente otimista.
De acordo com o relatório da entidade, o mercado interno deve ter evolução de 1,1%, enquanto o PIB brasileiro deve crescer à margem de 2% a 2,5%. “Tradicionalmente a nossa performance é superior, então em tese deveríamos estar fazendo previsões superiores neste ano. Mas em função do número de feriados e da Copa do Mundo, vamos ter um menor número de dias úteis de venda, o que impacta a nossa performance”, explicou Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da entidade.
Além do calendário, alguns outros itens influenciam na pauta de previsões, como a balança comercial, especialmente em um aspecto. “O principal déficit que temos é em peças. Por isso, neste ano estamos com a proposta Inovar Auto, que visa fortalecer o setor e produzir autopeças com tecnologia, se não teremos problemas em médio prazo”, disse o presidente da Anfavea.
O câmbio deve ter pouca influência, apesar do temor por volatilidade no preço do real em relação ao dólar e ao peso. A maior importadora de veículos brasileiros Argentina está, ao menos temporariamente, dificultando a vida das montadoras ao criar barreiras para os produtos nacionais. Apesar das medidas do governo argentino, Yabuku crê que o imbróglio será resolvido logo. “Como não temos só um acordo de comércio, mas sim um de integração produtiva, conversamos com os dois governos para solucionar essas questões. Estamos estudando outros mecanismos. 75% da nossa exportação é para a Argentina, e existe a necessidade de manter esse nível de exportação. Mas por outro lado, o Brasil representa 90% de toda a exportação argentina, então creio que os governos vão caminhar para uma solução”, analisou.
Janeiro
O desempenho do mercado automotivo em janeiro foi expressivo. Com um licenciamento total de 312,6 mil unidades, o mês configura-se como o melhor janeiro da história, com números 0,4% superiores aos de 2013 e 60% maiores que a média dos últimos 10 anos. Entretanto, o cenário não foi melhor por conta de uma brecha de regulamentação. “Como o acordo de PSI (Programa de Sustentação dos Investimentos) só saiu no dia 27 de janeiro, isso prejudicou a venda de caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. Além disso, muitas montadoras concederam férias coletivas, o que diminuiu a produção de importados”.
Audi
A também anunciou que a Audi é a nova associada da entidade, agora com 29 membros. A empresa alemã investirá R$ 500 milhões para concluir sua fábrica em São José dos Pinhais (PR), com conclusão prevista para 2015.
