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Em época de recessão econômica e alta dos juros, não há espaço para marcas despreocupadas com a criação de campanhas certeiras e impactantes. Nestes tempos, o consumidor age de forma cautelosa e pesquisa mais antes de tomar uma decisão. O impacto disto já é sentido pelo comércio varejista, que apresentou queda de 6,9% nas vendas em agosto, em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o IBGE.

Despertar a atenção do consumidor passa a ser uma tarefa mais desafiadora ainda para quem simplesmente ignora as diretrizes apontadas pela neurociência. Ciência que estuda as reações do cérebro humano a partir de determinados estímulos, por exemplo optar por determinado produto em um supermercado, o Neuromarketing é um dos grandes trunfos para ajudar marcas e empresas a enfrentarem este momento instável.

O especialista em neuromarketing e diretor da ING Marketing & Training, Paulo Crepaldi, reuniu quatro dicas para que você marque de forma mais eficiente a memória do seu potencial cliente. Confira!

1. Headline visual

Já dizia o pai da publicidade, David Ogilvy: a imagem é o novo headline. Se você quer que as pessoas entendam seu produto ou serviço, você precisa transparecer isso por meio de imagens que criem significados sobre o que você pretende oferecer a elas. Imagens são processadas 60 mil vezes mais rápido do que textos e afetam nossas emoções. 

2. Deixe os atributos de lado

Se ser lembrado já é extremamente complicado, imagine em época de crise. Lembre-se que memória pode ser entendida como o meio pelo qual inferimos em nossas experiências passadas, a fim de utilizar as informação no presente.

Temos dificuldade em memorizar a lista de supermercado, mas contos de fada nunca saem de nossas cabeças. Tudo que se liga a emoções e é trabalhado como elemento surpresa atua no processo de memorização. Envolva seu público com algo que ele nunca tenha visto antes. Pode ser uma chamada bem-humorada, uma imagem que salta aos olhos ou uma abordagem jamais vista para esse serviço. Tudo isto irá ativar o efeito de sobressalto no cérebro, o que ajuda no processo de memorização.

Seja objetivo com sua proposta. Isto faz com que o cérebro foque no que você quer dele e não se prenda aos detalhes argumentativos que podem ser commodities de outros produtos e serviços. 

3. Chega de eu

Ninguém tem paciência e muito menos habilidade para escutar o quão bom você é. A neurociência provou que quanto mais focamos no “eu” do produto ou serviço, menos as pessoas entendem o que você pode fazer por elas e mais similar a outros produtos e serviços você se torna.

Mude o foco e fale dos possíveis resultados para o consumidor. Ao falar sobre um enxaguante bucal, não fale sobre o seu sabor de menta ou a refrescância que possui. Transmita a mensagem de confiança e de como você se torna a pessoa mais poderosa por poder flertar com qualquer um sem medo do mal hálito.

4. Use metáforas
Pense no dia a dia e em como você cumprimenta as pessoas, em como você chama seus amigos para jantar ou como você explica que está chovendo tanto que será impossível sair. Nosso cotidiano é repleto de metáforas, pois elas ajudam a transmitir ideias que são complexas e abstratas de forma simples e concreta.

Não perca tempo, espaço de mídia ou dinheiro com folders para explicar que seu produto é delicado porque utiliza a tecnologia XYZ. É muito mais fácil dizer que seu produto é tão delicado quanto a pele de um bebê. Viu como facilita? Rapidamente você associou a delicadeza de um bebê ao produto.

 Paulo Crepaldi é especialista em Neurociência Aplicada, Situational Leadership e Poder e Influência. Atualmente é sócio e Diretor Executivo da ING Marketing & Training