Beasley, Zarazúa e Lisa: projeto visa melhorar educação e cultura com foco nos afro-brasileiros

 

A Coca-Cola Brasil e a Coca-Cola Foundation, o braço social da Coca-Cola mundial, anunciaram nesta terça-feira (14) o investimento conjunto de R$ 5 milhões (US$ 2,1 milhões) em projetos de inclusão socioeconômica de afro-brasileiros. O investimento tem foco em educação, cultura e comunidade. Com esse aporte, as ações da empresa envolvendo a população afrodescendente deverão impactar diretamente cerca de 100 mil pessoas nos próximos três anos.

Entre as iniciativas está a criação do Coletivo Conexão, nova modalidade da plataforma Coletivo Coca-Cola, voltada para o desenvolvimento de habilidades audiovisuais e fomento de novas formas de comunicação em comunidades de baixa renda. Desde 2009, o Coletivo Coca-Cola mantém seu foco no treinamento técnico, empoderamento comunitário e acesso ao mercado. Possui mais de 550 unidades implantadas no país em sete diferentes modalidades, e usa a cadeia de valor da empresa para gerar impactos sociais em larga escala para comunidades carentes.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 68% da população dessas comunidades é formada por pretos e pardos. “Com esse novo investimento, vamos ampliar nosso alcance e parcerias nas comunidades. Essa é uma caminhada para fazer a diferença na proporção necessária para um país com o tamanho e a importância do Brasil”, disse Xiemar Zarazúa, presidente da Coca-Cola Brasil. Lisa Borders, presidente da Coca-Cola Foundation, disse, durante o lançamento do investimento no Rio de Janeiro, acreditar que o financiamento ajudará a mudar o destino econômico de centenas, se não milhares, de estudantes afro-brasileiros que buscam uma educação melhor.

Desde 2005 a Coca-Cola apoia ações realizadas pela Afrobras, organização que trabalha pela inserção socioeconômica, cultural e educacional dos jovens negros brasileiros. A Afrobras mantém a Faculdade Zumbi dos Palmares, única universidade negra da América Latina, e realiza o Troféu Raça Negra, ícone da identidade afro-brasileira.

Além de dar continuidade a essa parceria, a empresa ampliará suas iniciativas destinando recursos para entidades como o Instituto Cultural Steve Biko (Salvador – BA). Com foco no acesso de estudantes de escola pública ao ensino superior, a instituição ampliará as vagas em cursos pré-vestibulares e de inglês, e, também melhorará sua infraestrutura

O jornal comunitário Voz das Comunidades, sediado no Complexo do Alemão (Rio de Janeiro – RJ), usará a verba para reconstrução da redação, destruída por um incêndio no ano passado. O Instituto Feira Preta (São Paulo – SP), o Instituto Mídia Étnica (Salvador – BA) e a ONG Ser–Alzira de Aleluia (Vidigal – RJ) são alguns dos outros projetos que se beneficiarão do investimento. Mais parcerias surgirão a partir da criação de um fundo, que está em desenvolvimento e será objeto de um edital, voltado para o avanço cultural da população afro-brasileira.

Joe Beasley, que atuou na seleção das instituições beneficiadas, disse que a iniciativa é inovadora. “Esperamos que, em um futuro próximo, outras empresas se inspirem a se envolver no apoio de programas em prol dos afrodescendentes no país”, afirmou ele que, por meio da fundação que leva seu nome, contribui com projetos de inclusão socioeconômica de negros em todo o mundo.