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Alvo de críticas pelo seu alto teor de açúcar e pouca carga nutricional, as bebidas industrializadas são mais consumidas por crianças e adolescentes. Refrigerante é a bebida com maior adesão entre esse público, sendo consumida por 97% deles na faixa de 10 a 12 anos, segundo dados do Estudo Geral dos Meios (EGM), da Ipsos Brasil. O consumo de achocolatado, leite aromatizado e sucos segue a mesma tendência, com maior incidência na idade escolar.

Os dados fazem parte de levantamento feito pela Ipsos entre janeiro a dezembro de 2015, nas nove principais regiões metropolitanas do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Brasília), no qual foram entrevistadas mais de 36 mil pessoas acima de 10 anos. 

Sucos industrializados são o segundo item com maior nível de consumo, com adesão de 93% entre aqueles na faixa etária de 10 a 12 anos, seguido por achocolatado, consumido por 86% dos entrevistados nessa faixa de idade. O produto com menor índice de consumo é o leite aromatizado, mas ainda assim presente na dieta de 43% das crianças e adolescentes entre 10 e 12 anos.

“Os dados refletem o comportamento social e são diretamente proporcionais ao tamanho da oferta para consumo nas diferentes faixar etárias”, afirma Diego Pagura, diretor de negócios da Ipsos Connect, unidade responsável pelo estudo. Para o executivo, os números “mostram as oportunidades de crescimento e ampliação do mercado num contexto que precisa de marcas próximas dos consumidores e com posicionamento responsável”.

A pesquisa também revela que o consumo dessas categorias diminui à medida que aumenta a faixa etária, sendo menor entre adultos e idosos. No caso de refrigerantes, contudo, apesar de queda, o consumo continua acima de 80% mesmo entre aqueles com mais de 30 anos e acima de 70% entre os com mais de 40 anos. 

Recentemente, as empresas de bebida Ambev, Coca-Cola Brasil e Pepsico Brasil anunciaram um acordo conjunto que visa a mudança na política de vendas, restringindo, a partir de agosto deste ano, a comercialização dessas categorias para cantinas de escolas com crianças de até 12 anos ou com maioria até essa idade. Segundo as empresas, o novo portfólio incluirá apenas água mineral, suco com 100% de fruta, água de coco e “bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos”.