A FGV Marketing Day, que acontece nesta quarta-feira (7), em São Paulo, começou com uma afirmação: as lojas são coisas do passado. Para Henrique de Campos Jr., professor da Fundação Getúlio Vargas, o comportamento do consumidor mudou bastante nos últimos anos. “Hoje, nós sabemos que a loja está no bolso de cada pessoa graças a tudo que a tecnologia pode proporcionar”, afirma.

Campos, no entanto, afirmou que existe um abismo entre o que o consumidor deseja e o que lhe é oferecido. “O consumidor escolheu esse caminho da tecnologia. Agora, cabe a nós acharmos caminhos para adaptar a ele”, diz.

O especialista ainda citou pesquisas que apontam para este caminho. De acordo com um estudo feito pela Nic.br, 60% dos consumidores brasileiros consultam produtos pelo meio online antes de efetuar a compra. Já outra pesquisa apresentada, feita pelo Google neste ano, revelou que 74% dos usuários de smartphones olham os produtos dentro da loja. “A tecnologia gera tráfego para a loja”, enfatiza Campos Jr.

Mariana Manita, gerente de marketing da Fnac, fez um contraponto. Ela questionou o porquê que o cliente ainda vai até as lojas físicas, mesmo neste cenário tecnológico. Os motivos são vários, de acordo com ela. “O cliente ainda vai até a loja física porque ele quer questionar e quer ser surpreendido”, destaca.

Outro ponto que ela destacou foi sobre a informação que o consumidor possui. “Ele chega na loja muito bem informado e, durante todo o processo de compra, ele fica com o celular na mão para questionar, se for preciso”, diz.

Mais um caminho encontrado para manter a loja física atrativa são ações que a Fnac faz. “Nós precisamos garantir um ambiente que surpreenda, precisamos também apresentar condições diferenciadas”, explica. Uma das ações diferenciadas feitas pela Fnac foi a participação do atual campeão mundial de surfe, Gabriel Medina, que explicou para os clientes o uso de um novo produto.

“Nosso objetivo é simples: queremos criar um relacionamento a longo prazo”, revela a gerente de marketing da Fnac. 

Ampro

Ana Paula Andrade, presidente do comitê de trade marketing da Ampro (Associação de Marketing Promocional), foi a responsável por fechar o primeiro painel. Para ela, “o futuro do marketing é ser cada vez mais humano”. “O consumidor já decidiu que não vai haver barreiras”, diz. Ela também falou sobre a importância do ponto de venda. “O trabalho no PDV é o lugar onde a gente faz o link do com o consumidor com os outros canais de venda”, explica.

Ralph Martins

Ela também falou sobre o poder do vendedor na era do Omnichannel. “Ao aproximar o mundo digital do mundo do físico, um personagem de carne e osso se torna fundamental para o sucesso desta estratégia. E esse personagem é o vendedor”, afirma. De acordo com Ana Paula, na loja do futuro, “o cliente vai procurar no vendedor uma curadoria”.