A última Pesquisa Regular de Rádio, do estudo Target Group Index, divulgada por meio de um infográfico desenvolvido pelo Kantar Ibope Media, no início deste semestre, revela para o meio a mesma tendência para outras áreas do mercado: a digitalização como ferramenta para estar em sintonia com a audiência. Segundo
os dados, 89% das pessoas residentes em 13 regiões metropolitanas do país ouvem rádio, representando mais de 52 milhões de ouvintes, com média de consumo superior a cinco horas por dia.Desse total, 15% ouvem programações via mobile e 5% pelo computador, enquanto 56% seguem nos receptores convencionais.
Segundo outra pesquisa, a Audio.ad, que estuda o mercado e o consumo de rádio tradicional, pela internet e áudio digital, no Brasil e em outros países da América Latina, oito em cada dez pessoas escutam a programação pela internet ao menos uma vez na semana.
Dos cinco mil entrevistados, 94% escutam áudio digital, seja online ou por streaming. Em entrevista exclusiva ao PROPMARK na ocasião da divulgação da Pesquisa Regular de Rádio, o diretor-geral da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV), Luis Roberto Antonik, avaliou os números como tendência.
“Tem de se digitalizar, precisa pensar na internet, porque ela é o futuro. Não adianta lutar contra certas coisas: é como otáxi e o Uber, o pager e o WhatsApp. Não adianta ser contra a digitalização, isso é inexorável e o rádio tem respondido muito bem a essa mudança”, afirmou.
Para auxiliar as emissoras nesse processo de digitalização – algo que deve contribuir para o aumento do número de ouvintes em dispositivos alternativos nas próximas pesquisas –, a Abert lançou em 2013 e segue até hoje com o programa Mobilize-se. A iniciativa foi lançada com o intuito de incentivar, inclusive financeiramente, as emissoras a desenvolverem o próprio aplicativo – algo que em 2013 existia em apenas mil emissoras, de mais de 10 mil cadastradas na base da Abert.
Até o momento, o programa já direcionou verba para a criação de mais de mil apps e obteve mais de 7 milhões de plays. Para as principais emissoras do país, o processo de reinvenção começou já há algum tempo.
Na 89 FM – A Rádio Rock, por exemplo, a presença no meio digital começou em 1998, com transmissão via web. Já as rádios do Grupo Estado, Estadão e Eldorado passaram, em janeiro, por um processo que integra os conteúdos de impresso, digital e rádio, o que resultou em um aumento de mais de 60% de anunciantes.
Outro exemplo onde a digitalização é vista como algo positivo é a Jovem Pan. “Eles (digital e rádio) têm aspectos parecidos, como rapidez, mobilidade e portabilidade, o que nos ajudou a estar em vários devices que nunca imaginamos. Os nossos programas são transmitidos simultaneamente pelo YouTube e Facebook, entre outros”, ressalta o presidente da emissora, Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha.