Aos 190 anos de idade o tradicional Jornal do Commercio do Rio de Janeiro deixará de circular e publica sua última edição nesta sexta-feira (29). A notícia já circula no mercado e os jornalistas da redação foram avisados, mas ainda não houve qualquer comunicado oficial. Em crise há vários  meses, com dificuldades financeiras, o JC vinha atrasando pagamentos aos seus funcionários desde o final do ano passado. 

O JC tornou-se o mais antigo veículo em circulação ininterrupta da América Latina e foi criado pelo francês Pierre Plancher, no Rio de Janeiro. Circulou pela primeira vez no dia 1º de outubro de 1827. Quando chegou ao Brasil, Pierre – que na França trabalhava com artes gráficas – trouxe modernos equipamentos e alguns operários especializados. Desde o início, o foco do Jornal do Commercio foi a economia. 

Uma curiosidade é que D. Pedro II chegou a escrever para o jornal, sob pseudônimo, editoriais de grande repercussão. Em 1959, o jornal passou a integrar os Diários e Emissoras Associados, organização fundada pelo jornalista Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello. Entre os anos de 1982 e 1993 foi presidido pelo jornalista Austregésilo de Athayde, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras e um dos redatores da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Ao longo dos anos, escreveram no jornal nomes como Barão do Rio Branco, Ruy Barbosa, Machado de Assis, Lima Barreto, Austregésilo de Athayde, Euclides da Cunha e Carlos Heitor Cony.  O atual presidente do JC é Maurício Dinepi. 

Nessa sexta o jornal circula pela última vez com um comunicado na primeira página. Encerram-se todas as obras gráficas do jornal e também o Diário Mercantil. O único empreendimento que se mantém é a Rádio Tupi.