O Instituto Nielsen foi a campo em 24 países, inclusive o Brasil, para formalizar o estudo Comércio global conectado, que envolveu uma amostra de 13 mil pessoas. O resultado mostra que o comportamento dos shoppers avança nas compras via e-commerce. 96%, ou nove entre 10 dos entrevistados do painel online no mercado brasileiro, já realizaram compras pela internet, principalmente das classes AB. O acesso e o custo cobrado pelas operadoras inibe outras classes sociais. 

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Segundo a executiva Bruna Fallani, líder de shopper do Nielsen no país, há dois movimentos: o webrooming é quando o cliente verifica o produto desejado na loja física, mas consolida a compra nas lojas virtuais, sobretudo quando são produtos eletrônicos, além de a navegação incluir busca por preços mais acessíveis; já no showrooming, a pesquisa é online, mas a compra somente é concretiza da no varejo tradicional.

Os brasileiros usam mais cartão de crédito (53%), débito (41%) e sistemas digitais de pagamento, mas são desconfiados com o fornecimento de dados exigidos para cadastro. A entrega dos produtos é outro elemento de refratabilidade. Bruna explica, porém, que está em curso uma solução para evitar o medo do delivery não ser feito no prazo. “O mercado estuda o pagamento só após a entrega, como já é realizado no exterior”. Ela acrescenta: “44% dos brasileiros fazem as compras no exterior, através de canais online”.

A pesquisa do Nielsen é proprietária e não é comercializada. “É um serviço para os nossos clientes. O tema muda anualmente”, destaca Bruna. “Embora 70% da população brasileira já possua smartphone e 47% um tablet, 86% ainda realizam as suas compras por meio de notebooks e desktops. É uma questão cultural, já que em outros países a forma de acesso à tecnologia e infraestrutura digital é exatamente oposta. Nos mercados em desenvolvimento, nos quais a penetração da internet ainda está se expandindo, os públicos podem ser mais jovens e mais ricos que a população geral do país”, finaliza.