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A interferência da crise vai diminuindo aos poucos e as expectativas do rádio para 2018 são otimistas. “Nós prevemos crescimento acima da inflação. Estamos pensando em um aumento real de cerca de 2%”, arrisca Luis Roberto Antonik, diretor-geral da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). 

Segundo o executivo, a perspectiva para este ano é “muito boa”. “Estamos investindo em tecnologia para que nosso rádio seja ouvido em qualquer dispositivo móvel”, explica. De acordo com estudos da Abert, dos 275 modelos de celulares disponíveis no mercado brasileiro, 179 têm o chip FM. 100% dos aparelhos mais simples, de até R$ 300, têm rádio integrado, mas nos aparelhos mais caros, com preços acima de R$ 1 mil, o índice cai para 57%.

Antonik lembra que, no ano passado, o deputado federal Sandro Alex (PSD/PR) apresentou o PL 8.438/17, que dispõe sobre a obrigatoriedade da recepção de sinais de rádio FM nos celulares. Em dezembro, a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara aprovou o substitutivo ao texto, apresentado pelo deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que inclui na lista também os celulares importados, já que a proposta inicial era apenas para os aparelhos fabricados ou montados no Brasil. A proposição tramita agora em caráter conclusivo (quando o projeto é votado apenas pelas comissões) e ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Entre as emissoras, o clima também é de positividade. “Apesar de 2018 ser um ano de eleições, o que pode gerar mais ansiedade no mercado e, até mesmo, algumas incertezas, hoje já observamos a queda do índice de desempregados e o aumento da confiança dos empresários. Com a inflação controlada, teremos um período mais estável e previsível para a elaboração de planejamentos de mídia, refletindo positivamente para o crescimento dos investimentos publicitários”, espera Luiz Guilherme Albuquerque, diretor-superintendente da Transamérica.

Uma das apostas do executivo para ter um ano novo melhor é uma melhor negociação comercial. “Vamos continuar com os esforços para melhorar a política de preços junto a clientes e agências, amparados pela alta cobertura do rádio e sua eficiência. É um esforço conjunto para conscientização da importância do meio”, opina.

Na nova Rádio Globo, as perspectivas também são boas. “Acreditamos que esse será um ano de crescimento moderado, em torno de 3%, pouco maior que o PIB, previsto para crescer 2,62% em 2018, de acordo com o Relatório de Mercado Focus. Depois de dois anos de queda, enxergamos uma inversão da curva. O último trimestre de 2017 já caminhou melhor do que os anteriores, nos dando a confiança que 2018 será um bom ano”, explica Julio Pedro, diretor da Rádio Globo.
As eleições também trazem para o rádio e a mídia em geral uma preocupação com conteúdo. “Em um momento tão delicado para o Brasil, no qual passamos por uma enorme crise institucional, fake news é um tema de extrema importância”, conta Ricardo Gandour, diretor-executivo da CBN.

Segundo Gandour, apesar de 2018 ser um ano em que a economia flutuará de acordo com a política, há fatores positivos. “Com essa possível melhora no cenário econômico e uma grande expectativa de aumento em audiência ocasionada pelo interesse dos ouvintes pelos temas abordados na rádio, esperamos continuar crescendo e construindo ainda mais projetos relevantes com parceiros comerciais”, diz.

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