A contagem regressiva começou: em breve as agências como conhecemos hoje não existirão mais. Em novembro de 2015, durante o lançamento do meu livro, participei de um debate sobre o futuro das agências e a conclusão foi a de que o modelo que conhecemos hoje não passa de 2020. Um dos motivos é a Internet, que tem feito com que os anunciantes queiram anunciar mais em performance do que em branding. Sendo simplista: mais Google, menos Globo.

Embora as mídias tidas como tradicionais ainda tenham sua importância, o mundo virtual tem conquistado cada vez mais espaço na vida do consumidor. Diante desse cenário, as agências estão começando a rever seus modelos de negócio e estão buscando trazer inovações, ainda mais com empresas como Nubank, Banco Neon, Netflix, Uber e AirBnb crescendo assustadoramente. Por isso, a tecnologia e a comunicação cada vez mais trabalham lado a lado.

Um movimento que vejo com bons olhos é o crescimento das startups dentro das agências, como R/GA, Santa Clara, Sunset, Leo Burnett e Y&R. Claro que, como todo projeto de startups, há aquelas que vão fazer sucesso, outras pagarão as contas e outras não vão dar em nada.

Mas como se diz no mundo corporativo, é o “risco do negócio” e quanto maior o risco, mais chances têm de ser único e bem sucedido. Um exemplo de iniciativa que tem dado certo é o da Distrito.me, um coworking focado em desenvolvimento de negócios e startups, uma empresa que muitas agências e anunciantes estão buscando para parcerias. Nesse caso, o processo se torna um ganha-ganha para todos. As agências têm algo diferente para mostrar ao cliente e cobram por isso.

Por outro lado, os funcionários das startups têm um emprego remunerado e ainda a chance de lucrar, pois seus projetos serão vendidos pela agência, que tem mais experiência e contatos para isso. No final, é o mercado que ganha com inovações, movimentando a economia como um todo.  Que esse movimento possa trazer inovações que o mercado precisa, com novas e inquietas mentes dos jovens que nasceram na web.

*Felipe Morais é coordenador dos cursos MBA de marketing digital e gestão estratégica de e-commerce da Faculdade Impacta