São Paulo está para o mundo dos negócios, talvez, como o Rio de Janeiro está para o do turismo. Não é de hoje que a capital paulista está no centro do turismo de negócios da América Latina. A cidade recebe anualmente cerca de 15 milhões de visitantes, número que supera o de habitantes – 11,9 milhões – e movimenta um setor em mais de 60 segmentos. Números do Observatório do Turismo apontam que o ISS (Imposto Sobre Serviços) em atividades turísticas teve o valor de R$ 270,7 milhões em 2014. 

Toni Sando, presidente-executivo do São Paulo Convention & Visitros Bureau, afirmou que São Paulo é um polo absoluto de negócios na América Latina. “A cidade possui grandes equipamentos para realizar eventos em geral, com uma hotelaria de ponta que oferece mais de 40 mil apartamentos, restaurantes com gastronomia de diferentes regiões e nacionalidades, 34 mil táxis, 15 mil ônibus urbanos e mais”, diz. “A união de todos esses fatores, mesclando o potencial da capital com negócios e com sua capacidade de realizar encontros, torna São Paulo um dos principais destinos do Brasil e do mundo”, completa.

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Dentre os principais eventos que a cidade sedia durante o ano estão a Fórmula 1, a Parada do Orgulho LGBT, a Marcha para Jesus, a Virada Cultural e o Salão do Automóvel. Eventos como esses reúnem mais de 10 milhões de pessoas por ano. “Mas vale ressaltar que mais de 70% do turismo em São Paulo é composto por negócios e eventos. Nesse quesito, se destacam feiras, congressos, simpósios etc.”, diz Sando. De acordo com a SPTuris, empresa ligada à Prefeitura de São Paulo, já são 67 eventos confirmados e mais centenas em negociação para este ano.

Segundo dados da pesquisa O Impacto Econômico e Social das Feiras de Negócios em São Paulo, da Ubrafe (União Brasileira de Promotores de Feiras), somente com a cadeia produtiva do setor de feiras e negócios, os valores envolvidos nas atividades referentes aos bens e serviços são em torno de R$ 16,3 bilhões anuais. “O que cada feira gera é muito relativo à atividade em questão. Uma feira de franquia, por exemplo, pode movimentar R$ 500 milhões em uma edição”, afirma Sando.

Esporte
Alguns eventos contribuem, de certa forma, para o turismo de São Paulo. A Copa do Mundo, que teve a abertura na Arena Corinthians, em Itaquera, é um exemplo. Segundo estimativas da Prefeitura de São Paulo, foi movimentado R$ 1 bilhão com o mundial apenas na capital paulista. “O principal legado que fica é a imagem de São Paulo, que encantou os mais de 500 mil turistas que compareceram no período da competição. A cidade, com mais de 220 mil visitantes estrangeiros, mostrou que tem muito potencial para o turismo de lazer e entretenimento”, destaca.

A Olimpíada, considerado o maior evento esportivo do mundo, começa em agosto, no Rio de Janeiro. Mas São Paulo receberá alguns jogos de futebol, que serão realizados na arena do Corinthians. Segundo Toni Sando, mais de 300 mil turistas estão sendo aguardados para o evento.

“Com algumas partidas de futebol sendo realizadas na capital, há o desejo dos turistas estrangeiros de voltar à cidade após conhecê-la em 2014. São esperados cerca de 350 mil turistas estrangeiros no Brasil e milhares profissionais de mídia que virão cobrir os jogos. Os olhos do mundo estarão direcionados ao Brasil e todos os destinos devem aproveitar essa oportunidade”, afirma.

Fabio Burg, CEO do Grupo Rái, também aposta nos benefícios da Olimpíada em São Paulo. “O principal aeroporto do país está localizado na cidade de São Paulo e teremos muitas pessoas chegando de diversas partes do Brasil e do mundo. Elas, certamente, vão passar por aqui antes de ir ao Rio de Janeiro para acompanhar a Olimpíada”, afirma.

Crise

A Tudo, empresa do Grupo ABC, é um exemplo da efervescência do mercado de eventos de São Paulo. Dos 120 eventos que a agência realiza por ano, 50% são realizados na capital paulista. Iron Neto, sócio e diretor da Tudo, explica que isso se deve a um melhor custo-benefício que a cidade oferece.

“Quando falamos de clientes que estão com sede em outras cidades, São Paulo continua sendo a mais requisitada. Por vários motivos: opções de hospedagem, aeroporto com mais horários de voos e a questão da agenda dos executivos, que aproveitam o tempo para cumprir outros compromissos”.

Por outro lado, Neto ponderou e disse que o mercado de eventos está passando por uma crise que, segundo ele, vem afetando o setor há cinco anos. “O motivo é a falta de patrocínios. Vimos grandes players diminuindo aos poucos”.