Em parceria com o PROPMARK, o jornal O Estado de S. Paulo, representante oficial do Festival Internacional de Criatividade, realizou nesta segunda-feira (22) o Cannes Lions Winners, em São Paulo. O fórum debateu as tendências, resultados, modelos e inovações da edição deste ano. Os convidados Alexis Pagliarini, diretor da Fenapro, Luis Padilha, da AlmapBBDO e Margot Takeda, da A10 Design fizeram apresentações sobre o festival. O evento também entregou os Leões às agências e produtoras vencedoras desta edição.

Alê Oliveira

Alexis Pagliarini, diretor superintendente da Fenapro, abriu as palestras da noite com uma apresentação que a Fenapro, em parceria com o Estadão, está levando para várias partes do Brasil. O objetivo é mostrar o melhor do festival para aqueles que não tiveram a oportunidade de estar em Cannes. “Alguns cases precisam ser analisados, porque são realmente muito bons. Survival Billboard, de X-box e #ManBoobs, criada pela David Argentina, são fantásticos porque geraram muito engajamento nas redes sociais. Van Gogh Bedroom, da Leo Burnett Chicago, recriou o famoso quarto e marcou a estreia do Airbnb em Cannes. Esses cases são bons exemplos de criatividade”, explica.

O executivo também ressaltou o case #Opoutsite, da REI, que fechou as suas portas na Black Friday e estimulou que seus clientes curtissem a vida no feriado e não passasse o dia dentro de lojas comprando. A Harvey Nichols, com a campanha Shoplifters, apostou em um assunto polêmico como as pessoas que roubam itens dentro da rede.

Alê Oliveira

Margot Doi Takeda, sócia-diretora de criação da A10 Design, foi jurada em Design e falou sobre a importância de estar entre esses profissionais. “O GP ‘Life is electrick’, da Panasonic, criada pela Dentsu-Japan, trabalhou três anos contando a quantidade de carga que uma pilha pode dar. Mas a marca não vende só produtos e serviços, ela vai fazer e transformar o mundo de um jeito melhor. Esse é um grito para repensar ‘o que estamos fazendo pra o mundo de verdade?’. A Panasonic está buscando a sustentabilidade para tornar o mundo melhor”, ressalta Margot.

As marcas tem que ser muito transparentes, não tem que só contar histórias, mas fazer coisas que mostrem quem são de forma verdadeira. Os consumidores estão buscando cada vez mais o que faz sentido para as suas marcas.  Margot também destacou outra tendência: a tecnologia. “Pensam que o design é mais gráfico ou embalagem, mas estão errados. A tecnologia é a fusão entre a ciência humana e a ciência exata, e isso é o design com tecnologia”, afirma Margot.  

Alê Oliveira

Luis Padilha, VP de Mídia da AlmapBBDO, foi jurado no Media Lions e falou sobre a performance do Brasil na categoria. Segundo ele, foram mais de três mil cases no total e os brasileiros são vistos de forma diferente. Por não ter o modelo de bureau de mídia, o mercado brasileiro é mais integrado e melhor para os clientes, porque tem a mídia integrada à agência. “Mas encantamos com a capacidade e foi o terceiro ano na história com maior número de Leões em Mídia apesar da recessão econômica e a queda de mais de 30% das inscrições de cases no Brasil. No total foram seis leões”, analisa Padilha.  

GP de Media ficou para o McWhopper e esse panorama da revolução digital mudou muito a forma como as pessoas olham para as ideias e as marcas. “Vamos pensar que estamos em uma revolução digital não só no profissional, mas na vida social e isso impacta nos negócios. As agências e todo o ecossistema que vivemos, se olharem para isso, não vão durar nesse negócio. O impacto do que falamos nas redes sociais é muito grande”, afirma.

Alê Oliveira

Ao final das apresentação, Marcello Queiroz, diretor de redação do PROPMARK, mediou um debate iniciado pela pergunta: o que foi vencedor para cada um em Cannes 2016? Margot afirmou que Japão foi o melhor em Design. Além disso, tem outro lado que é melhor, onde todos saíram reavaliando o que fazem e onde podem agregar valor.

Padilha disse que o big data vai se incorporando e tem esse aprendizado de tecnologia para os cases. “Essa coisa do digital democratizou culturalmente o mundo. Então antes se um país com pouca operação não tinha espaço, hoje ele tá conectado da mesma forma. Para ganhar prêmio tem que ter massa crítica, com estatística por trás. De uma forma geral, é bem democrático. É um prêmio que tem tendência em premiar EUA, mas às vezes aparecem ideias fantásticas de lugares pequenos”.

Alexis finalizou: “O uso da tecnologia foi a marca desse evento. O futuro chegou e acho que o momento é semelhante à chegada da eletricidade. Então parece que o futuro chegou, a popularização da tecnologia está mudando as coisas e a perdendo o medo.