Estudo da Robert Half e da Labora revela que companhias buscam formas de integrar talentos 50+

A Robert Half e Labora divulgou um levantamento sobre a diversidade e etarismo no mundo corporativo. A pesquisa "Etarismo e inclusão da diversidade geracional nas organizações"  mostrou que 48% das empresas contam com programas relacionados à diversidade geracional.

Porém, cerca de 70% das organizações contrataram muito pouco ou nenhum profissional com mais de 50 anos, contingente representante de apenas 5% das contratações dos últimos dois anos.

Apesar de dados desanimadores, o estudo mostra que aproximadamente 10% das companhias estão investindo em treinamentos dedicados à diversidade geracional para suas equipes de recrutamento, buscando reverter essa situação.

"Nota-se que, passo a passo, as organizações começam a se preparar para integrar profissionais 50+ como uma fonte de talentos. No momento, o que presenciamos é um movimento de sensibilização e de busca cautelosa das melhores alternativas de como fazê-lo", observa Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

A pesquisa aborda como as companhias tratam profissionais de diferentes idades em seus processos seletivos e de que forma promovem o seu desenvolvimento, além de trazer luz a como as empresas podem, imediatamente, aperfeiçoar suas práticas e se habilitar para o mercado de trabalho do futuro.

"Para enfrentar um problema, primeiro é necessário reconhecê-lo. Essa iniciativa é inédita, pois alinha dois parceiros com perspectivas complementares sobre recursos humanos e etarismo nas organizações", destaca Sérgio Serapião, fundador e CEO da Labora.

Conscientização
Entre as companhias que estão dando os primeiros passos em sua jornada de conscientização, três iniciativas se destacam como pontos de partida: treinamentos específicos para líderes, palestras e programas de conscientização abrangentes para todos os colaboradores.

A pesquisa também apontou um alto nível de desconhecimento sobre o quanto as culturas corporativas têm o etarismo incorporado em seus processos. Um exemplo disso é que 52% dos respondentes dizem que "profissionais de todas as idades podem participar dos processos seletivos". O tom "otimista" indica, porém, a ausência de um cuidado especial para a inclusão dos talentos acima de 50 anos.

Além disso, aproximadamente 80% das organizações ainda não estabeleceram métricas para avaliar o sucesso de suas iniciativas de inclusão. Por outro lado, cerca de um terço delas afirma estar em fase de desenvolvimento, começando a conceber e implementar os indicadores.

Essa tendência sinaliza um movimento positivo na incorporação do tema nos processos de gestão de pessoas. Mas, ao analisar as grandes empresas, apenas 2 em cada 10 possuem um pilar de diversidade geracional em suas estratégias de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI).

Se mais de 28% dos respondentes indicam possuir programas afirmativos para outros grupos minorizados, somente 13% relatam ter implementado programas com vagas afirmativas para talentos seniores. Mesmo nesses casos, as iniciativas parecem estar em desenvolvimento, visto que metade das empresas considera que os programas ainda apresentam desafios em relação aos resultados.

Manuais e políticas antietaristas
Um manual antietarismo é uma ferramenta poderosa na construção de uma cultura inclusiva, respeitosa e diversificada. Conforme a pesquisa, mais de 52% das organizações consideram que o tema precisa ser disseminado internamente. Além disso, 3 em cada 10 companhias disseram que, embora ainda não tenham uma política de comunicação antietarismo, já consideram ter ou estão desenvolvendo uma.

"Os números falam por si só: temos um longo caminho a percorrer até que a questão da intergeracionalidade e a inclusão de profissionais 50+ se tornem práticas mais disseminadas. Mas estou otimista, atuamos com lideranças que me inspiram ao se colocarem abertas para integrar a potência sênior em suas empresas, até porque entendem que essa é uma tendência do futuro do trabalho", completa Serapião.