Pesquisa foi realizada pela Data-Makers em parceria com a CDN e ouviu 104 C-Levels de empresas de diferentes setores e tamanhos

A falta de cultura organizacional é um dos principais entraves para a adoção da transformação digital nas empresas. Pelo menos é isso que o último estudo realizado pela Data-Makers, em parceria com a CDN, concluiu.

A análise, que levou em consideração as respostas de 104 CEOs e C-Levels de diferentes companhias, apontou que 77% das empresas brasileiras não possuem cultura de transformação digital.

Além disso, os dados também mostraram que outra barreira é a falta de preparo das lideranças para o tema, admitida por 62% dos executivos entrevistados.

Apesar disso, a transformação digital segue sendo um tema substancial para os CEOs e C-Levels ouvidos e 97% deles reconhecem a importância do assunto, com 62% concordando parcialmente ou totalmente que a pauta deve ser prioritária em suas empresas.  

Para os entrevistados, as motivações para a adoção da iniciativa são a eficiência operacional (84%), tomada de decisão data-driven (69%), resultados financeiros (62%) e atualização sobre o comportamento do consumidor (60%).

Conhecimento e atenção
Na comparação com o estudo do ano passado, houve um avanço no conhecimento sobre transformação digital e o número de executivos que declarou conhecer completamente o tema aumentou 10 pontos percentuais, somando 36% do total.

A análise de como os executivos percebem a atenção dedicada ao tema também teve mudança e, desta vez, mais executivos acham que o tema é superestimado (16% vs 10%), enquanto menos CEOs e C-Levels acreditam que ele merece mais atenção (39% vs 41%).

Quando o assunto é o desempenho das empresas em transformação digital, 21% dos líderes enxergam as suas companhias em nível avançado, um aumento de 4 pontos percentuais na comparação com o estudo do ano passado. Já 54% situaram suas organizações em um estágio mediano, enquanto apenas 25% em um cenário iniciante.

“Vemos mais empresas no nível avançado, onde há um roadmap de digitalização sistêmico definido e modelo de negócios e cultura adaptados à transformação digital; e menos  empresas em estágio inicial, em que a necessidade de digitalização é reconhecida e os primeiros passos são avaliados”, explicou Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers.

No comparativo com o mercado, os dados mostraram que os executivos estão mais confiantes sobre a atuação de suas empresas. Embora 52% afirmem que suas companhias estão na média evolutiva do mercado na temática, 30% já creem que o seu desempenho é superior ao praticado, um crescimento de 7 pontos percentuais na comparação com o estudo de 2023.

Próximos passos
A pesquisa apontou que 54% dos executivos projetam um cenário de estabilidade para os investimentos em transformação digital nos próximos 12 meses. Como contraponto, o número de líderes que preveem uma diminuição desses esforços caiu pela metade, de 4% para 2%. Outros 45% dos C-Leves pretendem aumentar esses aportes, uma queda de 2 pontos percentuais no comparativo com o ano anterior.

Entre as tecnologias mais utilizadas nesse processo de transformação digital, a inteligência artificial lidera o ranking com 69%, crescimento de 28 pontos percentuais. Na sequência, o estudo aponta big data (54%) e machine learning (39%) como os recursos que recebem maior atenção.

Quando o ponto são as áreas responsáveis pelas iniciativas de transformação digital, há uma clara fragmentação da responsabilidade dentro das organizações. O estudo aponta a participação ativa de diversos setores e entre os principais, estão operações (62%), comercial (46%), dados (44%), tecnologia (40%), marketing (32%), financeiro (31%), CX (28%) e RH (8%).