O festival, que promove o encontro entre arte e cultura e homenageia o trabalho feito à mão, terá mais de 80 atividades este ano

A Semana Criativa de Tiradentes (SCT) chega à sua 7ª edição ampliada. Este ano, a SCT terá mais de 80 atividades entre palestras, bate-papos, exposições, oficinas, instalações, exibições, sessões de cinema, visitas guiadas e passeios durante os quatro dias do evento, que tradicionalmente reúne cerca de seis mil pessoas de todo Brasil. Haverá a exposição de artesanato de vários estados, como Alagoas, Espírito Santo e Minas Gerais, além do projeto Artesanía Warao com indígenas refugiados da Venezuela. A SCT é realizada anualmente na cidade mineira de Tiradentes por Simone Quintas e Junior Guimarães para promover imersões entre designers e artesãos de várias regiões do país.

Entre os destaques desta edição, está a exposição Design Feito à Mão, fruto das imersões e vivências promovidas entre designers e artesãos ao longo do ano e que resultam em produtos exibidos na Semana. A novidade será a presença de uma biscoiteira e um chef para falar de tradições culinárias artesanais.

Participarão das palestras e bate-papos nomes como Miguel Cañas, Néli Pereira, Lu Gastal, Gabriel Kogan, Daniela Falcão, Antonio Castro, Bel Lobo, Jorge Mendes, Pedro Nery, Ronaldo Fraga, Bruno Gagliasso, Roberta Borsoi, Rodrigo Ambrosio, Adélia Borges, entre outros. O legado da arquiteta pernambucana Janete Costa (1932-2008) vai estar presente em dois momentos na SCT deste ano: em uma exposição e em um bate-papo. A mediadora será a jornalista Adélia Borges, amiga da arquiteta.

Outro destaque é a mostra Arte dos Mestres. Essa exposição, que aconteceu este mês na capital paulista, ganhou uma versão para a SCT. Os curadores da edição tiradentina irão falar sobre a importância de eventos artísticos que reconhecem e reafirmam a importância do universo popular e de seus artistas na construção de narrativas mais diversas e plurais sobre a arte, a história e as diferentes identidades que compõem a nação brasileira.

Esta edição também marca a primeira collab da Semana Criativa de Tiradentes com a EcoSimple, fabricante de tecidos sustentáveis EcoSimple, que resultou na Coleção Tiradentes. Cocriadas com as designers Karol Suguikawa e Luly Vianna, a Coleção Tiradentes traz duas estampas em jacquard que interpretam o estilo de vida da roça e se inspiram na arquitetura colonial e na natureza de Tiradentes. Já Luly Vianna criou uma estampa botânica Caminhos de Vellozo inspirada em Frei Vellozo (1742 – 1811), naturalista autodidata, que viveu na antiga Vila de São José (atual Tiradentes).

Durante o festival, as estampas ganham forma pelas mãos do Movimento Eu visto o bem, organização que emprega e capacita mulheres em severa condição de vulnerabilidade, como detentas, egressas do sistema prisional, imigrantes e refugiadas, confeccionando produtos têxteis com matéria-prima sustentável. Jogos americanos, guardanapos, sacolas, bolsinhas e necessaires estarão disponíveis na loja da Semana Criativa ou em dois carrinhos criados pelo designer Gustavo Bittencourt e “estacionados” no Centro Cultural Yves Alves e Mercado (Espaço Raízes). A Germer Porcelanas também leva as estampas para uma coleção de utilitários em porcelana com caneca, xícara e pratos.

A homenageada da 7ª SCT é a Matizes Dumont, dos irmãos Dumont, uma família de artistas e bordadeiros de Pirapora, MG, cidade à margem do rio São Francisco. Único homem entre os irmãos, Demóstenes é o responsável pelos desenhos. Embora também borde, são as mulheres que assumem a tarefa: as irmãs Ângela, Marilu, Martha e Sávia.  Para a SCT 2023, a Família Dumont está preparando a exposição Metamorfose dos fios e das tramas – Mulheres Entre (linhas), que vai reunir bordados impactantes, que levam até fios de ouro, cujo tema central é a mulher.

E o evento adquiriu o Selo de Sustentabilidade BMW, atendendo a critérios conhecidos mundialmente como ASG (Ambiental, Social e Governança) ou ESG, em inglês. Através da Pachamama Trading o festival investiu em UCS – Unidade de Crédito de Sustentabilidade. Este crédito remunera o trabalho de quem protege a vida no planeta, garantindo a conservação da biodiversidade das florestas.