Executivo conta que a expansão é um reflexo de que as marcas têm cada vez mais abraçado o conteúdo da Casacor para trabalhar campanhas

Com um crescimento declarado de 8% de marcas participantes, o que gera um aumento de faturamento de 20%, a Casacor São Paulo 2024 informa que deve atingir recorde de público até o fim da mostra, em 28 de  julho, no Conjunto Nacional. Para o CEO Andre Secchin, a expansão é um reflexo de que as marcas têm cada vez mais abraçado o conteúdo da Casacor para trabalhar as próprias campanhas.

Principal evento do calendário de arquitetura e decoração de propriedade do Grupo Abril, a 37ª edição traz como reflexão o tema ancestralidade, presente nos 70 ambientes e instalações artísticas espalhados em 9 mil metros quadrados de área construída. “Além de ser um convite para as pessoas pensarem, é também um senso de urgência, uma reflexão sobre o futuro com um legado do passado”, diz Secchin.

Espírito do tempo
A arte, a arquitetura e a moda são territórios que indicam tendências. E essa interseção entre elas é um lugar-comum e a Casacor tem um pouco desse papel de trazer diálogos que auxiliam as pessoas, os nossos visitantes, a tomarem decisões cada vez mais em sintonia com o espírito do tempo que a gente vive. Arquitetura, arte e moda têm vozes. O nosso evento tenta formatar isso para entregar essas mensagens.

Ancestralidade
Com o tema ancestralidade, a gente convida as pessoas a olharem para o que temos de saberes e habilidades aqui no Hemisfério Sul para mudar o eixo. Procura não mais referências e repertório no Hemisfério Norte, para olhar muito mais para o repertório local e hereditariamente que possuímos. Quando a gente olha para o nosso passado, volta lá na visão cosmológica, a cosmovisão indígena, vê que o tempo para eles é uma coisa só: passado, presente e futuro. E eles estão sempre preocupados em fazer com que os recursos estão ali regenerando no ambiente e vivendo sempre o presente, porque para eles presente é sempre o único estado. Não é linear como a gente enxerga o tempo. Então, a gente usa essas fontes ancestrais até mesmo para se perguntar que tipo de legado queremos deixar para o futuro.

O CEO da Casacor, Andre Secchin: “A arte, a arquitetura e a moda são territórios que indicam tendências”

Senso de urgência
Além de ser um convite para as pessoas pensarem,  é também um senso de urgência, uma reflexão sobre o futuro com um legado do passado, mas também para o futuro sobre o tipo de ancestrais que seremos. As palavras ancestralidade, temporalidade e legado são trabalhadas nos diversos espectros. Trata-se de um evento formatado que entrega mensagens pontualmente. Por isso, essa mescla com as artes, e não é qualquer arte, é uma arte que tem correlação com ancestralidade dos trabalhos. Quando a gente fala de ancestralidade, invariavelmente, para nós brasileiros está associado à cultura afro-brasileira e à cultura indígena. Mas ancestralidade vem até de quem é imigrante, veio da Europa e ainda bebe dessa fonte. Então, é um convite quase que incessante para que todo mundo olhe para a sua ancestralidade ou reflita sobre legado. E aí, nesse caso, o Alexandre Salles trouxe a sua reflexão sobre o que seria um quintal, e o quintal para a cultura afro-brasileira é o terreiro. O terreiro que te lembra onde surgiram o samba e tantas outras manifestações de cunho religioso. Poder dar palco para esse tipo de narrativa é uma realização.

Brasilidade
Quando a Casacor faz a grande introdução de que o Hemisfério Norte não é mais o centro, naturalmente convida todo mundo a olhar localmente. É claro que a gente poderia ter algumas referências do Peru, da Bolívia, mas eu acho que os profissionais foram exímios este ano em cumprir essa nossa provocação e é uma provocação, eles podem cumprir ou não.

Leia a entrevista completa na edição do propmark do dia 15 de julho de 2024