Entidade criou o Comitê Técnico de Métricas e Indicadores (CTMI), que envolve o Cenp-Meios
As mudanças internas no Cenp (Fórum de Autorregulação do Mercado) ganham mais força a partir de setembro com a reformulação dos Comitês e a criação de Grupos de Trabalho. O Comitê Técnico de Mídia (CTM), por exemplo, assume uma abordagem mais plural e propositiva com nova denominação: Núcleo de Qualificação Técnica (NQT).
Além dele, foi criado o Comitê Técnico de Métricas e Indicadores (CTMI), que envolve o Cenp-Meios e se dedicará também a desenvolver e discutir outros projetos de métricas para o mercado; o Comitê Técnico Digital e de Brand Safety (CTDBS) ganha também escopo, com o objetivo de discutir as boas práticas na busca de melhor retorno sobre o investimento na mídia digital; e será criado um terceiro comitê, dedicado à Diversidade, Equidade e Inclusão (CDEI), cuja missão será produzir e desenvolver dados censitários sobre diversidade para o setor. Segundo Regina Augusto, diretora-executiva do Cenp, serão colocados em pé ainda dois grupos de trabalho: Boas Práticas em Planos de Incentivo e Boas Práticas em Concorrências.
Regina explica que há pouco mais de um ano, a entidade deu início a um processo de ajuste de atuação, de redefinição de rota. Segundo ela, com a chegada de Luiz Lara à presidência do conselho, isso foi acelerado. “Nestes primeiros seis meses do ano, atualizamos todo o estatuto da entidade, ajustamos a governança e começamos agora a reorganizar grupos de trabalhos e comitês. Para tangibilizar, o Cenp deixa qualquer viés punitivo e de sanções, esse capítulo foi limado de nosso estatuto; fazia sentido na sua criação, mas hoje, com a autorregulação sedimentada e as transformações do mercado, perdeu o sentido prático”.
Ela afirma ainda que todo esse movimento é reflexo das rápidas mudanças pelas quais o mercado tem passado e está em consonância com todas as entidades mantenedoras do Cenp. “Seguimos como uma entidade que preza pelas boas práticas nas relações comerciais, mas hoje sabemos que os atores desse mercado são mais plurais, temos os novos elos digitais, um mercado mais atento a dados e métricas, que entende os valores da diversidade”.
Para ela, todas as novas frentes estão contempladas neste novo momento do Cenp, cujo objetivo é ser “literalmente um fórum de diálogo, mais aberto ao mercado, com uma atuação conectada com a realidade das agências, anunciantes, elos digitais e veículos”.
A nova direção busca trazer para dentro da entidade os players digitais, porque o setor é reflexo da evolução do mercado, já que, como Regina mesmo diz, “o mundo avança na digitalização e a transformação digital é uma realidade, tal qual a globalização e a mudança de comportamento dos consumidores”. “Se nossa proposta é estar cada dia mais conectado com a realidade desse mercado, precisamos trazer para dentro do fórum as discussões e as soluções relevantes para o mesmo e, neste contexto, os novos elos digitais precisam ser ouvidos e contemplados”. Para ela, o Cenp avançou no diálogo com o IAB para que ele volte a fazer parte do órgão. “O mais importante, e isso fica evidente nas nossas premissas: acolhemos os novos modelos de negócios e agentes híbridos. Não queremos restringir e, sim, abrir as portas para fomentar o diálogo com todo o ecossistema publicitário”.
O Cenp também está mais engajado em dados e brand safety e, segundo ela, segue o mesmo raciocínio: são temas importantes para o mercado e, por consequência, para o Cenp. “O que queremos e precisamos está em uma de nossas premissas de apoiar e promover mecanismos e iniciativas que maximizem o retorno dos investimentos e a eficiência para todos os atores do ecossistema publicitário, trazendo mais relevância para anunciantes, publishers e usuários valorizando o brand safety através de métricas, dados e indicadores transparentes e auditáveis”. O Cenp trabalha também na reformulação dos comitês e numa produção de conteúdo mais intensa para o mercado. “Seguimos com as dez entidades mantenedoras e cerca de 300 executivos que doam seu tempo voluntariamente para o Cenp. Uma de nossas intenções ainda é ampliar o diálogo com outras entidades que fazem parte do ecossistema da comunicação, como Apro, Ampro e Abracom, por exemplo”, explica.